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Número de mortos pode passar de 100 pessoas na ação de Castro

Moradores denunciam corpos achados em área de mata após confronto entre forças de segurança e o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão

Operação policial no Rio de Janeiro - 28 de outubro de 2025 (Foto: Reuters)

247 - O número de mortos após a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, pode ser muito maior do que o informado oficialmente. Um dia depois da ação, considerada a mais letal já registrada no estado, relatos indicam que o total pode ultrapassar 100 vítimas.

Moradores da região levaram ao menos 40 corpos à Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, durante a madrugada desta quarta-feira (29). Na noite anterior, o governo estadual havia divulgado um balanço de 64 mortos — 60 suspeitos e quatro policiais. Ainda não se sabe se os novos corpos encontrados fazem parte dessa contagem oficial.

Corpos em área de mata e denúncias de moradores

Os cadáveres foram localizados em uma área de mata na Vacaria, na Serra da Misericórdia, região onde ocorreram intensos confrontos entre as forças de segurança e integrantes do Comando Vermelho. Moradores afirmam que ainda há vítimas no alto do morro.

O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, confirmou ao site que tomou conhecimento da presença de corpos na praça e garantiu que o caso está sendo investigado.

Durante a madrugada, seis corpos foram transportados em uma Kombi até o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. O veículo deixou o local logo após o desembarque.

O ativista Raull Santiago, que ajudou na remoção dos corpos, afirmou em entrevista ao G1: “Em 36 anos de favela, passando por várias operações e chacinas, nunca vi nada parecido”. Ele explicou que o traslado foi feito para permitir que os familiares pudessem reconhecer as vítimas.

Ação policial de grande porte

A operação, deflagrada na terça-feira (28), tinha como alvos declarados criminosos do Comando Vermelho escondidos nas comunidades da Penha e do Alemão. Mais de 2,5 mil policiais e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) participaram da ação, que resultou em 81 prisões e na apreensão de 42 fuzis.

Retaliações e caos na cidade

Durante toda a terça-feira, o Rio de Janeiro viveu horas de tensão, com uma série de retaliações atribuídas ao Comando Vermelho. Criminosos incendiaram ônibus e utilizaram veículos como barricadas em diversas vias da cidade.

O Centro de Operações e Resiliência (COR) informou que a última via a ser liberada foi a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, no sentido Jacarepaguá, por volta das 2h45 da madrugada desta quarta-feira (29).

Pouco antes das 6h, o prefeito Eduardo Paes anunciou nas redes sociais que o município havia retornado ao Estágio 1, que representa normalidade operacional. “Estamos voltando a cidade pro Estágio 1. Modais operando normalmente, cidade fluindo com normalidade. Permanecemos atentos. Informem-se por canais oficiais!”, escreveu.

O caos afetou fortemente o transporte público. A Rio Ônibus informou que 71 coletivos foram tomados e 204 linhas paralisadas. Corredores importantes, como a Avenida Brasil, as linhas Amarela e Vermelha e as rodovias BR-101 e BR-040, chegaram a ser bloqueados.

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