Macaé Evaristo rebate Zema, que comparou cidades a "chiqueiros" por conta da população de rua
Ministra dos Direitos Humanos critica declaração do governador de Minas e defende políticas de moradia e dignidade para pessoas em situação de rua
247 - Durante evento em Contagem (MG), nesta sexta-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, para responder às declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). A fala de Zema ocorreu na última segunda-feira (25), durante entrevista ao programa Roda Viva, quando o governador afirmou que “as cidades estão virando verdadeiros chiqueiros humanos” devido ao crescimento da população em situação de rua.
Ao passar a palavra para Macaé, Lula destacou a necessidade de políticas públicas voltadas aos mais vulneráveis e reforçou que o papel do governo é cuidar do povo. “Para que serve o governo se não for para cuidar do povo que precisa?”, questionou o presidente.
Macaé defende políticas de moradia
Em sua fala, a ministra classificou a declaração de Zema como “absurda” e afirmou que o governador não tem implementado políticas de habitação para enfrentar o problema.
“O Zema falou uma coisa absurda no Roda Viva. Que as cidades estão virando chiqueiros por causa da população em situação de rua. Mas o que ele não diz é que não faz nenhuma política para garantir direito à moradia”, disse.
Macaé ressaltou que o programa Minha Casa, Minha Vida, relançado pelo governo Lula, destinará 3% das unidades habitacionais para pessoas em situação de rua, como parte de uma política integrada que também contempla segurança alimentar, saúde e mobilidade urbana.
Críticas ao período de retrocessos sociais
A ministra lembrou ainda que o aumento da população em situação de rua ocorreu em um período marcado pelo desemprego, pela ausência de valorização do salário mínimo e pela dificuldade de acesso a direitos básicos durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
“A população que está na rua foi para a rua na época em que a gente não teve nenhuma valorização do salário mínimo, em que o desemprego no nosso país tinha crescido. Nós voltamos a valorizar o salário mínimo, a garantir que muitas pessoas pudessem arcar com a comida na mesa. Porque se não tem comida na mesa, como é que vai ter para pagar um teto para morar?”, afirmou.
Ela também destacou a importância do debate sobre a tarifa zero no transporte público, lembrando que muitos cidadãos acabam dormindo nas ruas por não conseguirem pagar o custo de deslocamento diário até o trabalho.