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      Leia a íntegra dos discursos feitos pelo presidente Lula na Cúpula do Rio de Janeiro

      O presidente abordou temas como reforma de instituições internacionais, comércio mais justo, combate à desigualdade social e a sustentabilidade ambiental

      Lula (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 - Em discursos históricos na Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou neste domingo (6) a importância da cooperação entre os países do grupo.

      Em seus pronunciamentos, Lula pediu reforma de instituições internacionais, um comércio mais justo e fez um alerta para a desigualdade social. O presidente defendeu, ainda, a relevância do Sul Global para o multilateralismo.

      Leia o discurso 1 na íntegra (Discurso do presidente Lula na sessão Paz e Segurança, Reforma da Governança Global do BRICS):

      Esta 17ª Cúpula no Rio de Janeiro coroa a histórica expansão do BRICS.

      É a primeira vez que os Chefes de Estado e de Governo dos países parceiros participam formalmente.

      Os países convidados trazem consigo perspectivas de diferentes contextos regionais que enriquecem a articulação de uma visão própria do Sul Global.

      Estamos na mesma cidade e no mesmo local que abrigaram a Cúpula do G20 no ano passado.

      Muito do sucesso alcançado se deveu à participação construtiva do BRICS.

      Em um curto espaço de tempo, o cenário internacional se deteriorou a tal ponto que algumas iniciativas que aprovamos naquele momento não seriam possíveis agora.

      A presidência sul-africana do G20 tem nosso total apoio.

      O BRICS é ator incontornável na luta por um mundo multipolar, menos assimétrico e mais pacífico.

      Nesta sessão, vamos tratar da governança econômico-financeira e da necessidade de uma arquitetura para a Inteligência Artificial.

      Completamos 10 anos da Conferência de Adis Abeba sobre o Financiamento para o Desenvolvimento e da adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

      Na Conferência de Sevilha, encerrada na semana passada, ficou evidente que a Agenda 2030 não recebeu recursos suficientes.

      As estruturas do Banco Mundial e do FMI sustentam um Plano Marshall às avessas, em que as economias emergentes e em desenvolvimento financiam o mundo mais desenvolvido.

      Os fluxos de ajuda internacional caíram e o custo da dívida dos países mais pobres aumentou.

      O modelo neoliberal aprofunda as desigualdades.

      Três mil bilionários ganharam 6,5 trilhões de dólares desde 2015.

      Justiça tributária e combate à evasão fiscal são fundamentais para consolidar estratégias de crescimento inclusivas e sustentáveis, próprias para o século XXI.

      A Declaração do BRICS em apoio à negociação de uma “Convenção Quadro da ONU sobre Cooperação Tributária Internacional” é um marco.

      Através da “Visão sobre Reforma do FMI” vamos engajar mais países na 17ª Revisão Geral de Quotas do Fundo.

      O Brasil apoia um processo de realinhamento de quotas inclusivo, com fórmula de cálculo simples, equilibrada e transparente.

      Mesmo nos termos atuais, as distorções são inegáveis.

      Para fazer jus ao nosso peso econômico, o poder de voto dos membros do BRICS no FMI deveria corresponder  pelo menos a 25% - e não os 18% que detemos atualmente.

      Onde os arranjos desenhados no pós-Guerra insistem em falhar, o Novo Banco de Desenvolvimento dá uma lição de governança.

      O ingresso da Argélia, e o processo de adesão da Colômbia, Uzbequistão, Peru e todos os demais que a companheira Dilma Rousseff anunciou, atestam a capacidade do Banco de oferecer financiamento para transição justa e soberana.

      Enquanto o unilateralismo cria barreiras ao comércio, nosso bloco trabalha por sistemas de pagamento transfronteiriços mais rápidos, baratos e seguros.

      Isso vai intensificar o nosso fluxo de comércio e serviços. 

      A reforma da Organização Mundial do Comércio é outro eixo de ação imprescindível e urgente.

      Sua paralisia e o recrudescimento do protecionismo criam uma situação de assimetria insustentável para os países em desenvolvimento.

      Não será possível restabelecer a confiança na OMC sem promover um equilíbrio justo de obrigações e direitos que reflita adequadamente os interesses de todos os seus membros.

      Precisamos destravar as negociações agrícolas e estabelecer um novo pacto sobre comércio e clima que distinga políticas ambientais legítimas de protecionismo disfarçado.

      Novos desafios demandam um entendimento sobre política industrial que não restrinja a ação estatal em prol do desenvolvimento.

      A promoção de cadeias produtivas inclusivas, equilibradas e sustentáveis deve permanecer no centro da nossa agenda comum.

      Fazer um estudo de viabilidade para o estabelecimento de cabos submarinos ligando diretamente membros do BRICS aumentará a velocidade, a segurança e a soberania na troca de dados.

      Ao adotar a Declaração sobre Governança da Inteligência Artificial, o BRICS envia uma mensagem clara e inequívoca.

      As novas tecnologias devem atuar dentro de um modelo de governança justo, inclusivo e equitativo.

      O desenvolvimento da Inteligência Artificial não pode se tornar privilégio de poucos países ou um instrumento de manipulação na mão de bilionários.

      Tampouco é possível progredir sem a participação do setor privado e das organizações da sociedade civil.

      A liderança do Conselho Empresarial e da Aliança Empresarial de Mulheres na organização do encontro empresarial que reuniu mais de mil pessoas no sábado, demonstra a pujança de nossos setores privados.

      A primeira reunião do recém-criado Conselho Civil e as demais reuniões do pilar social do BRICS confirmam os avanços na integração entre nossas sociedades.

      Aproximar essa vertente social do trabalho conduzido pelos governos mantém o BRICS em sintonia com as aspirações de nossas sociedades.

      Muito obrigado.

      Leia o discurso 2 na íntegra (BRICS: discurso do presidente Lula na 2ª sessão: Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Econômico-Financeiros e Inteligência Artificial):

      Esta 17ª Cúpula no Rio de Janeiro coroa a histórica expansão do BRICS.

      É a primeira vez que os Chefes de Estado e de Governo dos países parceiros participam formalmente.

      Os países convidados trazem consigo perspectivas de diferentes contextos regionais que enriquecem a articulação de uma visão própria do Sul Global.

      Estamos na mesma cidade e no mesmo local que abrigaram a Cúpula do G20 no ano passado.

      Muito do sucesso alcançado se deveu à participação construtiva do BRICS.

      Em um curto espaço de tempo, o cenário internacional se deteriorou a tal ponto que algumas iniciativas que aprovamos naquele momento não seriam possíveis agora.

      A presidência sul-africana do G20 tem nosso total apoio.

      O BRICS é ator incontornável na luta por um mundo multipolar, menos assimétrico e mais pacífico.

      Nesta sessão, vamos tratar da governança econômico-financeira e da necessidade de uma arquitetura para a Inteligência Artificial.

      Completamos 10 anos da Conferência de Adis Abeba sobre o Financiamento para o Desenvolvimento e da adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

      Na Conferência de Sevilha, encerrada na semana passada, ficou evidente que a Agenda 2030 não recebeu recursos suficientes.

      As estruturas do Banco Mundial e do FMI sustentam um Plano Marshall às avessas, em que as economias emergentes e em desenvolvimento financiam o mundo mais desenvolvido.

      Os fluxos de ajuda internacional caíram e o custo da dívida dos países mais pobres aumentou.

      O modelo neoliberal aprofunda as desigualdades.

      Três mil bilionários ganharam 6,5 trilhões de dólares desde 2015.

      Justiça tributária e combate à evasão fiscal são fundamentais para consolidar estratégias de crescimento inclusivas e sustentáveis, próprias para o século XXI.

      A Declaração do BRICS em apoio à negociação de uma “Convenção Quadro da ONU sobre Cooperação Tributária Internacional” é um marco.

      Através da “Visão sobre Reforma do FMI” vamos engajar mais países na 17ª Revisão Geral de Quotas do Fundo.

      O Brasil apoia um processo de realinhamento de quotas inclusivo, com fórmula de cálculo simples, equilibrada e transparente.

      Mesmo nos termos atuais, as distorções são inegáveis.

      Para fazer jus ao nosso peso econômico, o poder de voto dos membros do BRICS no FMI deveria corresponder  pelo menos a 25% - e não os 18% que detemos atualmente.

      Onde os arranjos desenhados no pós-Guerra insistem em falhar, o Novo Banco de Desenvolvimento dá uma lição de governança.

      O ingresso da Argélia, e o processo de adesão da Colômbia, Uzbequistão, Peru e todos os demais que a companheira Dilma Rousseff anunciou, atestam a capacidade do Banco de oferecer financiamento para transição justa e soberana.

      Enquanto o unilateralismo cria barreiras ao comércio, nosso bloco trabalha por sistemas de pagamento transfronteiriços mais rápidos, baratos e seguros.

      Isso vai intensificar o nosso fluxo de comércio e serviços. 

      A reforma da Organização Mundial do Comércio é outro eixo de ação imprescindível e urgente.

      Sua paralisia e o recrudescimento do protecionismo criam uma situação de assimetria insustentável para os países em desenvolvimento.

      Não será possível restabelecer a confiança na OMC sem promover um equilíbrio justo de obrigações e direitos que reflita adequadamente os interesses de todos os seus membros.

      Precisamos destravar as negociações agrícolas e estabelecer um novo pacto sobre comércio e clima que distinga políticas ambientais legítimas de protecionismo disfarçado.

      Novos desafios demandam um entendimento sobre política industrial que não restrinja a ação estatal em prol do desenvolvimento.

      A promoção de cadeias produtivas inclusivas, equilibradas e sustentáveis deve permanecer no centro da nossa agenda comum.

      Fazer um estudo de viabilidade para o estabelecimento de cabos submarinos ligando diretamente membros do BRICS aumentará a velocidade, a segurança e a soberania na troca de dados.

      Ao adotar a Declaração sobre Governança da Inteligência Artificial, o BRICS envia uma mensagem clara e inequívoca.

      As novas tecnologias devem atuar dentro de um modelo de governança justo, inclusivo e equitativo.

      O desenvolvimento da Inteligência Artificial não pode se tornar privilégio de poucos países ou um instrumento de manipulação na mão de bilionários.

      Tampouco é possível progredir sem a participação do setor privado e das organizações da sociedade civil.

      A liderança do Conselho Empresarial e da Aliança Empresarial de Mulheres na organização do encontro empresarial que reuniu mais de mil pessoas no sábado, demonstra a pujança de nossos setores privados.

      A primeira reunião do recém-criado Conselho Civil e as demais reuniões do pilar social do BRICS confirmam os avanços na integração entre nossas sociedades.

      Aproximar essa vertente social do trabalho conduzido pelos governos mantém o BRICS em sintonia com as aspirações de nossas sociedades.

      Muito obrigado.

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