Governo Tarcísio recua em pedágios sem cancela após forte reação popular
Pressão de prefeitos e queda na popularidade levam o governador a suspender parte do sistema de pedágio automático
247 - O governo do Estado de São Paulo decidiu recuar na implantação do sistema de pedágio eletrônico sem cancela — o chamado free flow — após intensa resistência popular e críticas de prefeitos e parlamentares, inclusive aliados. A mudança ocorre depois que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) enfrentou uma onda de protestos e queda na aprovação popular, forçando uma reavaliação do projeto.
De acordo com o Brazil Stock Guide, o plano de modernização das rodovias paulistas sofreu um revés político considerável. O governo foi obrigado a suspender vários pontos de cobrança automática, transformando parte deles em simples postos de monitoramento de tráfego.
Cinco dos oito pedágios previstos na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), entre São Roque e Sorocaba, foram convertidos em pontos de controle. Situação semelhante ocorreu nas rodovias Padre Manoel da Nóbrega (SP-55) e Luiz de Queiroz (SP-304), onde prefeitos e deputados pressionaram o governo a rever as tarifas. A reação veio não apenas da oposição, mas também de integrantes da base governista, preocupados com o impacto político da medida.
Um Termo Aditivo Modificativo (TAM) assinado com a concessionária Rota Sorocabana prevê compensações financeiras pelo cancelamento dos pedágios, sob a supervisão da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). O diretor-geral da agência, André Isper, explicou à Folha que o governo poderá “redistribuir tarifas ou realizar pagamentos diretos” para manter o equilíbrio econômico dos contratos de concessão.
As rodovias administradas pela Concessionária Novo Litoral — entre elas a Mogi-Bertioga (SP-098) e a Rio-Santos (SP-055) — também serão afetadas. Para compensar as perdas de receita, há a possibilidade de reajuste nas tarifas já existentes, o que pode transferir o custo da decisão ao motorista.


