Cavalo mutilado em Bananal (SP) provoca indignação e cobranças por mudança na lei
Imagens do crime chocaram internautas. Celebridades e ativistas exigem punição exemplar e revisão da legislação sobre maus-tratos a equinos
247 - A morte brutal de um cavalo em Bananal, no interior de São Paulo, gerou forte comoção nacional, segundo o Estado de Minas. A notícia rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais, após a circulação de fotos que mostram o animal branco sem as quatro patas. A suspeita é de que o tutor, Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, tenha usado um facão para mutilar o animal durante uma cavalgada no último sábado (16).
Segundo a Polícia Civil, o tutor alegou em depoimento, prestado na segunda-feira (18), que acreditava que o cavalo já estava morto quando o golpeou. A versão é investigada. Testemunhas relatam que o equino demonstrava sinais de exaustão antes de cair no chão e que o tutor chegou a dizer: “Se você tem coração, melhor não olhar” antes do primeiro golpe. O boletim de ocorrência registrou a prática de maus-tratos com agravante pela morte do animal. Até o momento, não houve prisão.
Crime durante cavalgada e ausência de fiscalização
O episódio ocorreu no Sertão do Hortelã, área rural próxima à divisa com o Rio de Janeiro. A cavalgada não contou com supervisão veterinária, o que gerou críticas de ativistas. Organizações de defesa animal apontam que a falta de regulamentação em eventos rurais abre espaço para casos de negligência e maus-tratos.
Indignação nas redes sociais
A hashtag #JustiçaPeloCavalo rapidamente se tornou um dos assuntos mais comentados. A mobilização ganhou força após manifestações de figuras públicas.
A cantora Ana Castela, dona de cavalos, gravou um vídeo em que chamou o ato de “covardia” e cobrou investigação imediata. Já a ativista Luísa Mell classificou o tutor como “monstro” e pediu pressão popular para que a punição ocorra. A mensagem foi replicada por nomes como Paolla Oliveira, com mais de 38 milhões de seguidores, além do cantor Eduardo Costa, Gustavo Tubarão e o ex-BBB Mateus Amaral.
Movimentos de proteção animal organizam protestos virtuais e atos presenciais em Bananal e cidades vizinhas para pressionar autoridades.
Defesa da família e nota da prefeitura
Nas redes sociais, uma mulher que se identificou como mãe do suspeito alegou que o jovem agiu em pânico após o cavalo passar mal e que a mutilação teria sido uma forma de facilitar a retirada do corpo.
Já a Prefeitura de Bananal divulgou nota oficial repudiando a violência e informando que acionou imediatamente a Polícia Civil e a Polícia Ambiental. “A prática de violência contra animais é crime e não será tolerada em nosso município”, destacou o comunicado.
O que diz a lei
Os casos de maus-tratos a animais são enquadrados na Lei nº 9.605/1998, que prevê detenção de três meses a um ano e multa. Quando há morte, a pena pode ser agravada. No entanto, a Lei Sansão (Lei nº 14.064/2020), que aumentou a punição para até cinco anos de prisão, aplica-se apenas a cães e gatos. Para cavalos e outros animais de grande porte, a pena máxima segue em um ano, o que especialistas consideram desproporcional diante da gravidade de crimes como o de Bananal.