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'Cabeça do meu sobrinho ficou pendurada em uma árvore', diz moradora do Alemão

'Foi uma chacina', desabafou Beatriz Nolasco, que reside onde aconteceu a operação policial mais letal da história do estado do Rio

Complexo do Alemão (Foto: Reprodução/Vídeo/Globo)

247 - Moradora do Complexo do Alemão (RJ), a manicure Beatriz Nolasco disse que o corpo do sobrinho Yago Ravel Rodrigues, 19, foi encontrado sem a cabeça durante buscas pela mata após a operação policial mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, onde 121 pessoas morreram na última terça (28) na zona norte da capital fluminense. 

"A cabeça estava pendurada em uma árvore. Foi um morador que pegou a cabeça dele e colocou no saco. Fazer operação é ok, mas o que aconteceu foi uma chacina", desabafou a manicure. Ela mostrou ao jornal Folha de S.Paulo um vídeo do momento em que a cabeça de Yago é recolhida. 

Ainda não foi possível saber se a polícia ou criminosos rivais tiveram participação direta na forma como ele morreu. A Polícia Militar disse que a Corregedoria e a Ouvidoria da corporação estão disponíveis para receber denúncias. A PM afirmou que garante anonimato.

Pelo menos 2.500 agentes das polícias Civil e Militar participaram da operação, que tinha como objetivo desarticular a facção criminosa Comando Vermelho (CV), e cumprir cerca de 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao Supremo Tribunal Federal que determine ao governo do Rio de Janeiro a prestação de 11 esclarecimentos solicitados pela PGR.

A Organização das Nações Unidas (ONU) e outras entidades criticaram a maneira como aconteceu a operação policial contra o Comando Vermelho (CV). Nascida na década de 70 no estado do Rio, o CV tem forte poderio econômico e tem ramificações em mais de 20 estados brasileiros.

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