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Com Lula, Nordeste lidera redução da pobreza no Brasil

Mais de 6,5 milhões de pessoas superaram a linha de pobreza na região entre 2022 e 2024, mas ainda há desafios

Lula no Nordeste (Foto: RICARDO STUCKERT)

247 - Um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), divulgado pelo Valor Econômico, mostra que o Nordeste respondeu por mais de um terço da queda da pobreza no Brasil entre 2022 e 2024. No período, 6,5 milhões de nordestinos deixaram de viver abaixo da linha de pobreza definida pelo Banco Mundial — renda per capita inferior a R$ 696 por mês.

O estudo, realizado pelo Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste, aponta que a soma de programas de transferência de renda mais robustos e um mercado de trabalho aquecido foram os principais fatores para a redução da pobreza. No total, 17,3 milhões de brasileiros saíram dessa condição no mesmo intervalo de tempo, sendo que 37,4% vieram do Nordeste.

Impacto da pobreza extrema

No caso da pobreza extrema — pessoas vivendo com até R$ 218 mensais — a região nordestina registrou a saída de 3,1 milhões de indivíduos, o equivalente a 60,7% do total nacional de 5,1 milhões. Em termos proporcionais, o Nordeste foi a região que mais reduziu a pobreza no país: de 57,5% para 39,6% da população, uma queda de 17,9 pontos percentuais. Ainda assim, permanece acima da média nacional, que passou de 36,9% para 23,4%.

Programas sociais e mercado de trabalho

Para o economista Vitor Miro, coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP) da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coautor do estudo, os programas sociais foram determinantes:

“A queda da pobreza e da pobreza extrema é muito forte em razão da transformação registrada pelos programas de transferências de renda no período. O aumento da oferta de emprego é importante, mas considerando a focalização dos programas, obviamente as transferências têm papel mais decisivo”, afirma.

Miro destaca ainda que, entre 2022 e 2024, o Nordeste teve o maior salto na renda domiciliar per capita média do país, com alta de 20,2%. Apesar disso, a região ainda concentra os piores indicadores de renda: Maranhão e Ceará ocupam, respectivamente, as duas últimas posições no ranking nacional.

Fragilidades do mercado nordestino

Apesar dos avanços, o estudo chama atenção para a dependência crescente dos programas sociais. A participação do rendimento do trabalho na renda das famílias nordestinas caiu de forma consistente desde 2015, chegando a 67,3% em 2024, contra 74,9% da média nacional.

Segundo Miro, esse cenário é reflexo das “fragilidades estruturais” da economia regional:

“De um lado, um ambiente de negócios com predominância de micro e pequenas empresas, forte informalidade e setores de baixa produtividade. De outro, uma força de trabalho que historicamente apresenta menores níveis de escolaridade e qualificação”, explica.

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