Águas do Rio São Francisco começam a chegar ao RN com liberação técnica e cronograma definido

247 - A partir desta terça-feira (5), tem início a liberação oficial das águas do Rio São Francisco destinadas ao Rio Grande do Norte. A operação integra o Eixo Norte do Programa de Integração do São Francisco (PISF) e segue um planejamento técnico rigoroso.

Segundo o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), a jornada hídrica, que cobre cerca de 412 km até alcançar o território potiguar, envolve múltiplos pontos de controle e será monitorada ao longo de aproximadamente 132 dias. Às 8h da manhã, as águas captadas na Estação de Bombeamento EBI-1, localizada em Cabrobó (PE), saem da Estação de Controle Caiçara, na Paraíba, com vazão inicial de 10 mil litros por segundo (10 m³/s), após percorrerem 239 km nas estruturas do PISF.

A partir da Estação Caiçara, a água segue por mais 21 km até o Túnel Engenheiro Avidos, ainda em território paraibano, que iniciará sua liberação em 6 de agosto, com 12,5 m³/s — dos quais 10 m³/s serão destinados ao Rio Grande do Norte. Em 8 de agosto, a água atingirá o Túnel São Gonçalo, no município de Sousa (PB), após mais 25 km.

A travessia da fronteira entre Paraíba e Rio Grande do Norte está prevista para ocorrer entre os dias 18 e 22 de agosto. Nesse ponto, a vazão será de 13,0 m³/s — sendo 8,0 m³/s provenientes do projeto de integração e 5,0 m³/s oriundos do fluxo natural do rio Piranhas-Açu.

O volume será destinado ao abastecimento de dois importantes reservatórios potiguares: a barragem de Oiticica, em Jucurutu, e a Armando Ribeiro Gonçalves, a maior do estado, localizada nos municípios de Itajá, São Rafael e Jucurutu, na bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu.

Durante os quatro meses de operação, estima-se que 46,3 milhões de metros cúbicos (hm³) sejam entregues ao Rio Grande do Norte, com vazão média de 4,06 m³/s. O mês de agosto servirá como fase de testes, permitindo ajustes operacionais conforme o comportamento do sistema hídrico.

A ação faz parte do esforço coordenado pelo MIDR para garantir maior segurança hídrica no semiárido nordestino. A expectativa é beneficiar milhares de famílias com abastecimento para consumo humano, agricultura, dessedentação animal e demais usos essenciais.

O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, percorreu trechos do trajeto percorrido pelas águas do São Francisco e ressaltou a importância da operação. “Essa liberação marca mais um avanço na missão de garantir segurança hídrica ao povo nordestino. O Rio Grande do Norte é uma das pontas dessa grande engenharia que é o PISF, e estamos chegando lá com planejamento, responsabilidade e olhar social”, declarou.