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Correia: 'a soberania nacional precisa ser preservada na CPI do Crime Organizado'

O deputado também demonstrou apoio a Fabiano Contarato, presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito

Rogério Correia (Foto: Kayo Magalhães/Câmara)

247 - O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) destacou a importância de se preservar a soberania nacional brasileira durante a CPI do Crime Organizado. Em postagem publicada nesta terça-feira (4) na rede social X, o parlamentar demonstrou apoio a Fabiano Contarato (PT-ES), que presidirá a Comissão Parlamentar de Inquérito. 

“Parabéns, Contarato, pela presidência da CPI do crime organizado. Com certeza as facções e milícias serão investigadas e punidas e a soberania nacional preservada na investigação”, afirmou Correia. 

“Tem um delegado no comando da #CPIdoCrimeOrganizado! Parabéns ao senador e amigo Fabiano Contarato (PT-ES). Que você conduza os trabalhos com a seriedade e o rigor que o tema exige, afinal segurança pública se faz com inteligência e não com discurso vazio”. 

Chacina no Brasil e os EUA

A CPI foi instalada após a ação policial mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, onde 121 pessoas morreram na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão. Cerca de 2,5 mil agentes foram às ruas na semana passada fazer uma megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) na zona norte da capital fluminense.

O deputado Rogério Correia defendeu a soberania após a informação de que o governo do Rio de Janeiro, comandado por Cláudio Castro (PL), enviou à gestão do presidente norte-americano, Donald Trump, um relatório sobre a atuação do Comando Vermelho. 

A chacina que deixou 121 mortos no município do Rio aconteceu em 28 de outubro. Cinco dias antes, no dia 23, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usou a rede social X para pedir ao secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, apoio de forças norte-americanas para, supostamente, combater a criminalidade no Brasil.

Em 2025, o governo Trump citou o inquérito da trama golpista contra Jair Bolsonaro para aplicar sanções ao Brasil, como tarifa de 50% sobre exportações brasileiras aos EUA e suspensão de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal para o território norte-americano. O STF condenou o ex-mandatário a 27 anos de prisão. 

No contexto atual, líderes progressistas temem que o governo Trump use a criminalidade como pretexto para interferir no Brasil. 

Quem é Fabiano Contarato

Nascido em Nova Venécia (ES), Contarato é professor e delegado da Polícia Civil desde 1992. O senador é pós-graduado em Direito Penal e Processual Penal pela Universidade Gama Filho (UGF) do Estado do Rio de Janeiro. 

O parlamentar é graduado em direito e mestre em Sociologia Política pela Universidade Vila Velha (UVV). O congressista é especialista em Impactos da Violência na Escola pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Na Polícia Civil, Contarato comandou a delegacia da Delitos de Trânsito por mais de 10 anos. O senador também ficou responsável pela direção geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES), e trabalhou como de Corregedor Geral do Estado, na Secretaria de Estado de Controle e Transparência (SECONT/ES).

A CPI 

A CPI do Crime Organizado será composta por 11 senadores titulares e 7 suplentes. A comissão aprovou os convites para dois ministros de Estado e 11 governadores comparecem ao colegiado, além de especialistas em segurança pública e chefes de órgãos de segurança.

Além do presidente da Comissão, senador Fabiano Contarato, o relator da CPI do Crime Organizado é o senador Alessandro Vieira (MDB-SE). A comissão terá mais um senador do Republicanos-RS, que é Hamilton Mourão, e três senadores do PL - Márcio Bittar (AC), Flávio Bolsonaro (RJ) e Magno Malta (ES). 

Também participam da CPI os senadores do PSD da Bahia: Otto Alencar e Angelo Coronel. Foram indicados ainda para a comissão os senadores Marcos do Val (Podemos-ES), Jorge Kajuru (PSB-GO), e Rogério Carvalho (PT-SE).

Como suplentes integram a CPI os petistas Jaques Wagner da Bahia e Randolfe Rodrigues do Amapá, além dos senadores Veneziano Vital do Rêgo, do MDB da Paraíba; Sergio Moro, do União do Paraná; Eduardo Girão, do Novo do Ceará; e Esperidião Amin, do Progressistas de Santa Catarina.

Governo federal

O governo Lula anunciou a criação de um escritório emergencial de combate ao crime organizado no Rio de Janeiro. Após a conversa no Palácio da Alvorada, o presidente determinou que o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, seguissem para o Rio de Janeiro para se reunir no Palácio da Guanabara com o governador Cláudio Castro e outras autoridades fluminenses, e oferecer o auxílio federal.

De acordo com Lewandowski, o escritório vai facilitar o diálogo entre União e governo estadual, desfazer amarras burocráticas, além de unir esforços das forças federais e estaduais para que a crise no Rio de Janeiro seja rapidamente superada. 

Dentro da estrutura emergencial do escritório também atuarão o Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (CIFRA), com foco na descapitalização das organizações criminosas, mediante inteligência financeira, recuperação de ativos e assessoramento em investigações de lavagem de dinheiro, e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), estrutura de cooperação criada pelo MJSP em parceria com órgãos estaduais e federais de segurança.

 

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