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"Careca do INSS" depõe na CPMI que apura fraudes bilionárias

Polícia Federal aponta Antônio Carlos Camilo Antunes como peça-chave em esquema de fraudes em descontos de aposentados e pensionistas

Careca do INSS

247 - Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, prestou depoimento nesta segunda-feira (15) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que investiga fraudes em descontos de aposentados e pensionistas. A participação foi confirmada pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI, e pela defesa de Antunes.

Convocado como investigado, ele não é obrigado a responder todas as perguntas. Foram 14 pedidos para sua convocação. “Estamos em contato com a defesa do suspeito e ele confirmou que deseja ir à CPMI para apresentar a versão que ele tem de todo esse escândalo, de todos os fatos que estão sendo divulgados”, afirmou Carlos Viana, segundo o g1.

Investigação da PF e decisão do STF

A Polícia Federal aponta Antunes como facilitador de um esquema bilionário que desviou valores de aposentadorias e pensões. Após sua prisão, a comissão solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a liberação para depor, autorização concedida pelo ministro André Mendonça.

De acordo com a PF, associações de fachada cadastravam beneficiários sem consentimento, muitas vezes com assinaturas falsas, aplicando descontos diretos nos benefícios do INSS.

Quebras de sigilo e novos alvos da CPMI

A CPMI aprovou 364 requerimentos para quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico de pessoas e entidades suspeitas. Entre os alvos estão Antunes, o empresário Maurício Camisotti — preso em São Paulo e apontado como sócio oculto de uma entidade fraudulenta —, além do ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto e dos ex-ministros da Previdência Carlos Lupi e Ahmed Mohamad Oliveira Andrade.

Ex-servidores do INSS e empresários também estão na mira, incluindo Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, André Fidelis e Danilo Trento, já investigado na CPI da Pandemia.

Origem da apuração

As investigações começaram em 2023 na CGU, em caráter administrativo. No ano seguinte, os indícios de crime levaram a Polícia Federal a assumir o caso, revelando uma rede de empresários, lobistas e servidores envolvidos em desvios milionários.

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