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      Câmara autoriza leilão de petróleo para aumentar receita do governo

      O mesmo texto permite a aplicação de recursos do Fundo Social - formado com recursos do pré-sal - em projetos de habitação de interesse social

      Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Adriano Machado / Reuters)
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      Por Marcela Ayres

      (Reuters) - A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira uma medida provisória que permite ao governo leiloar sua parte do petróleo em áreas do pré-sal marítimo ainda não contratadas, em uma tentativa de aumentar a arrecadação em meio às dificuldades para equilibrar o orçamento.

      O mesmo texto permite a aplicação de recursos do Fundo Social -- formado com recursos do pré-sal -- em projetos de habitação de interesse social.

      O governo havia enviado um projeto de lei separado sobre o tema relacionado ao leilão, mas seu conteúdo foi incorporado pelo deputado José Priante (MDB-PA) à medida provisória relativa ao uso de receitas do petróleo e gás para determinados programas de gastos.

      A medida provisória emendada, que agora seguirá para aprovação final no Senado, amplia as possíveis utilizações desses recursos.

      Como a Reuters antecipou em abril, o governo preparou um leilão adicional de petróleo para este ano com o objetivo de reforçar a arrecadação, visando levantar pelo menos R$20 bilhões com a venda de pequenas parcelas dos campos do pré-sal de Tupi, Mero e Atapu.

      Os blocos já vendidos nessas áreas não abrangem toda a extensão das reservas de petróleo. As parcelas remanescentes, conhecidas como áreas não contratadas, já produzem petróleo sob acordos existentes. Essas zonas excedentes agora serão colocadas em disputa.

      O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) confirmou nas redes sociais que a medida pode gerar R$20 bilhões.

      Uma fonte com conhecimento do assunto disse que a aprovação da medida provisória elimina a necessidade do projeto de lei separado, enviado pelo governo para autorizar o leilão.

      No entanto, a venda só poderá ocorrer após o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) publicar uma resolução e depois da divulgação do edital oficial do leilão.

      Uma segunda fonte do governo afirmou que o leilão estabelecerá preços mínimos para cada área, com o maior lance garantindo os direitos de extração.

      “Quem vencer poderá extrair todo o petróleo daquela área”, disse a fonte.

      A aprovação da medida provisória ocorreu após um grande revés para o governo mais cedo nesta quarta-feira, quando o Congresso derrubou um decreto presidencial que havia elevado o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em determinadas operações.

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