Após chamar internauta de "piranha" nas redes, agora Nikolas promete mudar currículo sobre crise climática nas escolas
Deputado do PL-MG apresentou emenda ao Plano Nacional de Educação para incluir abordagens alternativas ao consenso científico
247 - O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) defendeu que o ensino nas escolas brasileiras sobre mudanças climáticas passe a incluir uma “multiplicidade de pontos de vista” e não apenas o consenso científico sobre o tema. A proposta foi apresentada por meio de uma emenda ao Plano Nacional de Educação (PNE), que deve definir as diretrizes do ensino no país pelos próximos dez anos. As informações são da coluna de Thais Bilenky, no UOL.
Na justificativa, Nikolas afirma que seu objetivo é combater o que considera “doutrinação” nas salas de aula. “Evita doutrinação e assegura que a escola apresente dados, métodos e incertezas de forma responsável, distinguindo ciência de ativismo”, diz o texto da emenda. Segundo o parlamentar, a mudança busca “formar o aluno para decidir com base em evidências, preservando a neutralidade e o pluralismo”.
O deputado argumenta que a proposta não tem caráter anticientífico, mas pretende ampliar o debate. “O tema foi sequestrado”, declarou. Para ele, incentivar o confronto de ideias é positivo, pois “cria nos alunos uma cultura de avaliar várias perspectivas sobre um tema”.
A posição de Nikolas Ferreira se alinha a discursos internacionais que questionam o consenso científico sobre o aquecimento global. O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, por exemplo, já afirmou na ONU que as mudanças climáticas seriam “a maior farsa” e atribuiu previsões de desastres ambientais a “pessoas estúpidas”. No Brasil, políticos do campo bolsonarista, como o ex-ministro Osmar Terra (PL-RS), também colocam em dúvida as evidências do aquecimento global — apesar de especialistas apontarem que extremos climáticos, como frio intenso e enchentes, são justamente consequências dessas alterações.
Apesar das justificativas, cientistas destacam que o consenso global sobre o tema é sólido e baseado em décadas de pesquisa. Embora haja diferentes perspectivas sobre a velocidade das mudanças, suas causas específicas e as políticas de resposta, a existência do fenômeno e sua origem ligada à atividade humana são amplamente reconhecidas.
Recentemente, Nikolas recebeu diversas criticas por chamar uma internauta que o criticava nas redes de "piranha". A mulher em questão anunciou que irá processá-lo.


