Mercado de cannabis medicinal no Brasil pode atingir R$ 15 bilhões com nova regulamentação da Anvisa
Brasil se diferencia no cenário global justamente pela seriedade de sua regulamentação
247 - O mercado de cannabis medicinal no Brasil está prestes a dar um salto histórico. Com a proposta de revisão da RDC 327/2019, que passou por Consulta Pública pela Anvisa e terá as novas regras divulgadas em breve, foi elaborada uma nova projeção que aponta um potencial de crescimento estimado em R$ 15 bilhões até 2034 para o setor.
O levantamento foi realizado pela Ease Labs, farmacêutica brasileira especializada em produtos de cannabis. Os dados levam em conta a ampliação do uso da cannabis medicinal para os mercados odontológico, dermatológico e de manipulação, além do abrandamento no tipo de receita exigida, que pode passar de controlada azul para receita branca, inclusive com aceitação da versão digital.
Essas mudanças podem modernizar e desburocratizar o mercado de produtos de cannabis no setor farmacêutico, de acordo com o estudo.
"O Brasil tem um dos maiores e mais bem estruturados complexos farmacêuticos da América Latina e uma legislação federal unificada, o que nos coloca em uma posição extremamente favorável para crescer e liderar o mercado global de cannabis medicinal no segmento farmacêutico", afirma Gustavo Palhares, co-CEO da Ease Labs.
Em 2024, as vendas de produtos de cannabis no varejo dispararam, com alta de mais de 65% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Close-Up International Brasil, consultoria especializada no mercado farmacêutico.
Atualmente, o país conta com cerca de 55 mil médicos prescritores de produtos registrados com venda autorizada em farmácias. O potencial, no entanto, é muito maior.
Ainda segundo a consultoria, a estimativa é que o mercado potencial permita que esse número chegue a cerca de 400 mil profissionais, evidenciando as perspectivas de crescimento para o setor.
"A nova proposta regulatória abre caminho para tornar a cannabis medicinal ainda mais acessível, uma vez que amplia as possibilidades terapêuticas e estimula a inovação, ao autorizar novas vias de administração, como a sublingual, bucal, inalatória e dermatológica, e a inclusão de mais especialistas na prescrição, como os dentistas. Ao mesmo tempo, a Anvisa eleva alguns critérios de controle, o que reforça a posição de referência e autoridade técnica do mercado brasileiro globalmente", destaca Palhares.
Ele ainda reforça que o país se diferencia no cenário global justamente pela seriedade de sua regulamentação, que exige padrões de qualidade similares aos medicamentos tradicionais e coloca o médico no centro da jornada do paciente. “Esse modelo confere credibilidade ao tratamento. Se evoluirmos de forma estratégica e responsável, temos tudo para transformar inovação em bem-estar e desenvolvimento econômico", conclui o executivo.
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