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      Com 3 milhões de usuários, Brasil perde bilhões ao manter venda de cannabis na ilegalidade, afirma Thiago Cardoso

      Chefe de Inteligência da Kaya destacou em evento do Brasil 247 e do Conjur a necessidade de se avançar em uma regulamentação justa sobre a comercialização

      Thiago Cardoso, chefe de Inteligência e sócio da Kaya Mind, fala no painel "Os Impactos Econômicos e Sociais da Decisão do STF", durante o evento "A Política Nacional sobre Drogas: Um Novo Paradigma", realizado pelo Brasil 247, TV 247 e Consultor Jurídico, com apoio do grupo Prerrogativas - Brasília (DF) - 18/02/2025 (Foto: Log Filmes/Brasil 247)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 - Thiago Cardoso, chefe de Inteligência e sócio da Kaya Mind, que realiza pesquisas e análises para o setor da cannabis, destacou que a falta de regulamentação da venda da planta no Brasil resulta em uma perda significativa de arrecadação para o Estado brasileiro.  

      Ele falou no painel que discutiu os impactos econômicos e sociais da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que descriminalizou o uso de cannabis, durante o evento "A Política Nacional sobre Drogas: Um Novo Paradigma". A conferência foi realizada pelo Brasil 247, TV 247 e Consultor Jurídico, com apoio do grupo Prerrogativas, em Brasília (DF).

      Cardoso destacou que, antes de estabelecer um mercado nacional de cannabis, é essencial implementar a decisão do STF, que prevê a revisão das políticas públicas sobre drogas. 

      Ele citou alguns dados que demonstram o potencial da criação de um mercado nacional de cannabis: "Hoje, estamos falando de quase 3 milhões de maconheiros no Brasil, que fumam recorrentemente, consumindo em média 1.4 mil toneladas de maconha por ano. Como base de comparação, segundo o Anuário de Segurança Pública de 2024, a Polícia Federal apreendeu em 2023 1.97 mil toneladas de maconha. Esses esforços foram ineficientes, porque ninguém deixou de fumar maconha por causa disso... Esse mercado gera entre 4 e 11 bilhões de reais por ano, que está alocado hoje para os traficantes". 

      "Não regulamentamos quem vende, criando um gap que faz com que o Brasil deixe de arrecadar muito dinheiro vendendo maconha na prática e de trazer pessoas historicamente marginalizadas para as novas head shops que vão vender maconha, dando empregos efetivamente", frisou. 

      Cardoso argumentou que a regulamentação não aumentaria o número de usuários, mas permitiria políticas públicas mais eficazes, como ocorreu com o cigarro, além de gerar empregos e inovação. 

      Ele alertou contra a perpetuação do ciclo de criminalidade caso uma política de reparação não seja desenvolvida e também criticou a falta de inclusão de pessoas historicamente marginalizadas nos mercados da cannabis e seus satélites, como as milhares de tabacarias espalhadas pelo Brasil.

      Cardoso ainda alertou que, sem isso, o tráfico continuará a existir, migrando para outras atividades ilícitas. A regulamentação da venda é vista como uma oportunidade para arrecadar recursos, promover justiça social e reduzir a violência.

      "Não adianta tirar a maconha de traficantes e não trazer as pessoas que são impactadas, porque esses traficantes continuarão lá e podem optar por outras práticas como tráfico de armas e serviços públicos, por exemplo. Precisamos pensar nas pessoas que são impactadas e não apenas na substância", concluiu. 

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