"Brasil e Chile fortalecem parceria com visão de integração e justiça social", afirma Lula em fórum empresarial
Ao lado de Gabriel Boric, presidente destaca soberania, investimentos mútuos e políticas sociais como pilares para ampliar o comércio entre os dois países
247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (22), que Brasil e Chile estão prontos para aprofundar uma parceria baseada em interesses comuns, soberania e prosperidade mútua. A declaração foi dada durante o encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Chile, realizado em Brasília, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O evento integrou a agenda oficial da visita do presidente chileno Gabriel Boric ao Brasil e teve como foco o estímulo às relações comerciais bilaterais. As informações são da Agência Gov.
Em seu discurso, Lula defendeu uma política externa que promova a cooperação e a justiça social, rejeitando lógicas de confronto. “A gente não quer guerra fria. Queremos privilegiar os interesses soberanos dos nossos povos, que querem viver bem, querem produzir bem e querem ter acesso à ciência, tecnologia e às coisas sofisticadas que o ser humano pode produzir. É isso que cabe a nós”, disse o presidente.
Lula também sublinhou o papel dos empresários na consolidação da parceria econômica entre os países. “Um presidente da República, como o Boric e eu, a gente não faz negócio. O que a gente pode fazer é abrir as portas para que os empresários, que sabem fazer negócio, façam negócio. Mas que os empresários chilenos e os empresários brasileiros saibam que o bom negócio é aquele em que os dois países ganham”, declarou.
Turismo e inclusão social como motores do comércio
Outro ponto de destaque no discurso do presidente brasileiro foi a ligação entre desenvolvimento social e dinamismo econômico. Lula citou o crescimento da renda dos mais pobres nos últimos dois anos — 10,7% — como um fator que impulsiona setores como o turismo e o transporte. “É isso que vai fazer mais turista brasileiro ir para o Chile e é isso que faz mais turista chileno vir pro Brasil. Na hora que o dinheiro começa a circular, as pessoas vão em frente e as coisas se resolvem”, afirmou.
Segurança para investimentos e integração regional
Por sua vez, Gabriel Boric ressaltou o bom momento das relações bilaterais e reforçou a confiança dos investidores nos dois países. “O Brasil é o nosso terceiro maior parceiro comercial, depois de China e Estados Unidos. O Chile, por sua vez, é mais importante para o Brasil, em termos comerciais, do que a Inglaterra ou a França”, destacou.
Boric também abordou a importância da integração física e logística na região, com destaque para a Rota Bioceânica de Capricórnio. A estrada de 2.400 quilômetros, prevista para ser concluída até 2026, ligará os estados brasileiros de São Paulo, Paraná e Santa Catarina aos portos de Iquique, Mejillones e Antofagasta, no Chile. “Essa é uma amostra real, tangível, da integração regional”, disse o presidente chileno.
Engajamento empresarial e assinatura de acordos
O vice-presidente da CNI, Mario Cezar de Aguiar, destacou o papel do setor produtivo na construção de um futuro próspero para ambos os países. “Com o diálogo e a união dos empresários e do poder público, podemos construir um futuro mais próspero e sustentável para os nossos países”, afirmou.
Rosario Navarro, presidente da Sociedade de Fomento Fabril do Chile, reforçou o entusiasmo com os caminhos abertos pelo fórum. “Temos as capacidades, temos o impulso e uma visão compartilhada. Agora é o momento de transformar essa visão em ações e em resultados”, declarou.
Durante a visita oficial, foram assinados 13 acordos e memorandos bilaterais em áreas como segurança pública, defesa, ciência e tecnologia, agricultura, inteligência artificial, cultura e pesca.
Comércio em alta e setores estratégicos
No primeiro trimestre de 2025, o intercâmbio comercial entre Brasil e Chile somou US$ 2,7 bilhões, com superávit de US$ 350 milhões para o Brasil. Os principais produtos brasileiros exportados ao Chile incluem petróleo, carnes, automóveis e tratores. Do Chile, o Brasil importa salmão, vinhos e cobre.
As empresas chilenas atuam em setores diversos no Brasil — de papel e celulose ao varejo e energia — enquanto o Brasil investe no Chile em segmentos como energia, alimentos, mineração e construção. A relação, cada vez mais estratégica, tem sido marcada pelo bom entendimento e pelo alinhamento em fóruns regionais e multilaterais.
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