Boulos diz a presidente do Psol que não foi convidado por Lula para assumir ministério
Possibilidade de indicação do deputado federal para a Secretaria-Geral da Presidência gerou reações dentro do partido
247 - A especulação sobre uma possível nomeação do deputado federal Guilherme Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência tem intensificado as divisões internas no Psol. De acordo com informações publicadas inicialmente pela Folha de S.Paulo, o nome do parlamentar estaria sendo considerado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para integrar a equipe ministerial, o que provocou reações imediatas dentro do partido.
Segundo o jornalista Bernardo Mello Franco, de O Globo, pressionada por correligionários, a presidente nacional do Psol , Paula Coradi, entrou em contato direto com Boulos na quarta-feira para verificar a informação, divulgada inicialmente pela Folha de S. Paulo. Durante a conversa, posteriormente relatada à bancada federal do partido, o deputado afirmou não ter recebido qualquer convite formal do presidente Lula para assumir o cargo.
"O Psol é base do governo, não há nenhuma dúvida quanto a isso. Mas não existe convite formal, e qualquer decisão só será tomada diante de fatos concretos", declarou Coradi em entrevista. A situação evidencia as tensões existentes entre diferentes alas do partido.
Enquanto uma parte dos integrantes do partido defende maior aproximação com o governo Lula, outro grupo resiste a um alinhamento que consideram excessivo. O deputado federal Glauber Braga representa essa ala mais crítica e já manifesta ressalvas sobre a possibilidade de Boulos assumir um ministério.
"O possível convite ao Boulos viria junto com uma mudança na política econômica? O governo vai para o enfrentamento com o Centrão e os setores que querem empurrá-lo para a direita?", questionou Braga. A possível indicação do deputado paulista para um cargo ministerial acontece em um momento politicamente estratégico. Boulos, que recentemente concorreu à prefeitura de São Paulo sem sucesso, tem sido uma das principais vozes no Congresso e mantém forte conexão com movimentos sociais, especialmente os ligados à causa da habitação.
Procurado para comentar sobre sua possível nomeação, Guilherme Boulos não respondeu aos contatos da reportagem.
