Petrobras vai descomissionar US$ 2,5 bi na Bahia
Duas plataformas devem ir para o Estaleiro São Roque, em Maragogipe; pacote inclui seis barcos de apoio, 5 mil empregos e R$ 2,6 bi com Fafen e encomendas
247 - A Petrobras anunciou um pacote de investimentos na Bahia que inclui o envio de duas plataformas desativadas para descomissionamento no Estaleiro São Roque, em Maragogipe, e novas encomendas navais no Estaleiro Enseada. A medida faz parte de um plano para acelerar a retirada de ativos offshore e reativar capacidades industriais no estado.
As informações foram publicadas pelo Broadcast (Agência Estado) em 8 de outubro de 2025. Segundo a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, o projeto será oficializado nesta quinta-feira, 9, em evento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Magda destacou que o uso de São Roque é estratégico para desafogar a fila de descomissionamentos. “Temos limitação física para fazer o descomissionamento das nossas plataformas e temos o canteiro de São Roque na Bahia que poderá acostar duas plataformas de grande porte”, afirmou. Ela acrescentou: “Vamos descomissionar US$ 2,5 bi em plataformas, e duas devem ir para São Roque. Agregar São Roque otimiza os negócios da Petrobras com instalações subaproveitadas”.
Além do descomissionamento, a estatal vai contratar a construção de seis barcos de apoio no Estaleiro Enseada, também em Maragogipe. A encomenda, segundo a executiva, deve movimentar a cadeia naval e gerar cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos, reforçando a capacidade produtiva local.
O pacote para a Bahia inclui ainda a reabertura da Fábrica de Fertilizantes (Fafen) e novas encomendas de embarcações, somando R$ 2,6 bilhões em investimentos. A companhia avalia que a combinação entre descomissionamento, retomada industrial e contratação de serviços navais cria escala e previsibilidade para fornecedores, ao mesmo tempo em que reduz custos logísticos ao aproveitar estruturas existentes no estado.
A escolha de São Roque para receber duas plataformas de grande porte recoloca o estaleiro no mapa do descomissionamento nacional, segmento que tende a crescer com o avanço do ciclo de maturidade de campos offshore. No curto prazo, a Petrobras mira acelerar cronogramas de retirada, cumprir requisitos regulatórios e reciclar ativos com padrões ambientais, sociais e de governança mais rígidos.
A cerimônia prevista para 9 de outubro deve detalhar prazos e marcos de execução, inclusive o início das obras e da mobilização de mão de obra nos estaleiros baianos. O plano, segundo Magda, busca combinar eficiência operacional e política industrial para capturar valor na cadeia do petróleo e gás e reativar capacidades ociosas na Bahia.