Magda Chambriard reafirma planos da Petrobras na África
Presidente da estatal disse que avanço na Margem Equatorial não reduz o interesse da empresa em projetos de exploração no continente africano
247 - A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta terça-feira (28), durante a abertura da OTC Brasil 2025, no Rio de Janeiro, que o avanço dos trabalhos da estatal na Margem Equatorial brasileira não reduz o interesse da companhia por novas oportunidades internacionais, especialmente no continente africano.
A informação foi divulgada pelo Broadcast (Agência Estado). Magda foi enfática ao negar que os planos na Margem Equatorial impeçam a expansão internacional. “De jeito nenhum”, afirmou. Segundo ela, a Petrobras segue atenta a mercados como África do Sul, Angola, Namíbia e São Tomé e Príncipe, com foco na recomposição das reservas e na ampliação do portfólio exploratório.
Planos internacionais e metas ambientais
Questionada sobre uma possível parceria com a Galp na Namíbia, a executiva preferiu não antecipar detalhes. “Estamos estudando, eu não vou antecipar nada. É muito esforço, muito trabalho, muito estudo para a gente entrar lá. Tem que ser uma coisa muito boa e uma construção conjunta”, disse.
Magda reforçou que o futuro da estatal depende da exploração responsável de novas fronteiras energéticas. “Não existe futuro para empresas de petróleo sem exploração”, afirmou. Ela ressaltou que a Petrobras produz petróleo “de forma mais que econômica” e seguirá comprometida com as metas do Acordo de Paris.
A executiva destacou ainda o potencial petrolífero brasileiro “de Norte a Sul”, citando tanto a Bacia de Pelotas, no Rio Grande do Sul, quanto as áreas do Amapá, onde está localizada a Margem Equatorial. Sobre a contratação de empresas locais, Magda afirmou que há uma construção em andamento com o governo do Amapá, e que, “assim que houver resultados, todos serão comunicados”.
Transição energética e inovação tecnológica
A presidente da Petrobras reiterou o compromisso da empresa com a transição energética e o desenvolvimento sustentável. “Há 15 anos, falavam que não seria possível atuar no pré-sal. Fomos lá e mostramos o que somos capazes de fazer. Hoje, dizem que é impossível fazer a transição energética justa. Nós vamos manter a nossa relevância e chegar em 2050 entregando todas as promessas”, declarou.
Ela defendeu que a inovação será essencial nas próximas décadas. “Estamos perto de atingir a produção de 1 milhão de barris por dia no campo de Búzios. O FPSO Almirante Tamandaré chegou a 270 mil barris por dia. Já chegou a produzir 282 mil barris, isso é mais do que alguns países”, afirmou, de maneira descontraída, acrescentando que “vamos entrar para o Guinness nesse ritmo”.
Licenciamento e exploração na Margem Equatorial
Magda confirmou que os três poços contingentes ao poço Morpho, localizado no bloco FZA-M-59, na bacia da Margem Equatorial, só serão abertos se houver sucesso na perfuração do primeiro. Os poços já estão contemplados na licença concedida pelo Ibama no último dia 20.
“A nossa licença para Margem Equatorial já inclui o pedido dos três poços contingentes”, explicou. O processo de perfuração, segundo ela, levará cerca de cinco meses e está apenas no início.
Magda também comentou sobre o cenário desafiador do preço do petróleo. “Vemos a queda da commodity que nos sustenta e isso exige de todos nós que sejamos cada dia mais eficientes”, afirmou. Ela destacou a importância do apoio do governo do Amapá e da comunidade local na condução dos novos projetos exploratórios.
Próximos passos e plano estratégico
A presidente confirmou que o Plano Estratégico 2026-2030 da Petrobras será apresentado em 27 de novembro, com foco na eficiência e na resiliência diante da volatilidade do mercado internacional.
Magda também exaltou os resultados do FPSO Almirante Tamandaré, que superou a capacidade original de produção sem novos investimentos. “Estamos considerando Almirante Tamandaré com 270 mil barris por dia. Estamos falando de uma plataforma que tinha capacidade de 225 mil barris e que está passando para 270 sem novos investimentos”, observou.
Ela encerrou reforçando a determinação da empresa diante das oscilações do preço do barril. “Num momento de redução do preço do petróleo, nós estamos enfrentando essa queda com muito esforço, com muita tecnologia e com muita resiliência”, concluiu.