Por Bianca Penteado, de Pequim – O Fórum China-África de Desenvolvimento e Cooperação da Internet teve início neste domingo (28), em Xiamen, na província de Fujian, leste da China.
Durante a cerimônia de abertura, o governo chinês apresentou um novo plano de ação para consolidar uma comunidade compartilhada no ciberespaço, além de lançar uma rede voltada às empresas chinesas de internet que atuam no continente africano. A proposta recebeu o nome de Plano de Ações para a Construção Conjunta de uma Comunidade China-África com um Futuro Compartilhado no Ciberespaço (2025-2026).
Na ocasião, Pequim assumiu ainda o compromisso de manter a realização de programas de capacitação em segurança cibernética e economia digital. O evento contou com subfóruns que abordaram temas como a exclusão digital, o desenvolvimento e a governança da inteligência artificial, a proteção de dados, além da cooperação de mídia.
Aproximadamente 400 representantes participaram do encontro, incluindo autoridades governamentais, acadêmicos, centros de pesquisa e veículos de comunicação da China e de 32 países africanos.

Bianca Penteado

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Mundo

China apresenta plano de cooperação digital em fórum de internet sino-africano

Por Bianca Penteado, de Pequim – As tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vêm redesenhando o fluxo do comércio internacional. Com o mercado norte-americano mais restrito, empresas chinesas têm encontrado na África um espaço estratégico para escoar sua produção. Em 2025, o superávit comercial da China com o continente já soma US$ 60 bilhões, quase ultrapassando o total contabilizado no ano anterior, segundo dados do governo chinês.
Até agosto, as exportações chinesas de bens e serviços para a África somaram US$ 141 bilhões, contra US$ 81 bilhões em importações. O desequilíbrio comercial se deve, em grande parte, ao aumento nas vendas chinesas de baterias, painéis solares, veículos elétricos e equipamentos industriais.
A guinada em direção à África acompanha a queda nas vendas para os Estados Unidos. Apenas em agosto, as exportações chinesas ao mercado norte-americano recuaram 33%, enquanto as exportações para países africanos cresceram 26%. Esse movimento também se repete em outras regiões, como a América Latina e o Sudeste Asiático.
Há mais de dez anos, Pequim investe em grandes obras de infraestrutura no âmbito da Iniciativa do Cinturão e Rota, ampliando a influência do país no continente africano e garantindo acesso a recursos naturais estratégicos.
Enquanto isso, os Estados Unidos têm diminuído sua presença econômica na região. Em 2025, o governo Trump cortou repasses que impactaram programas de saúde e desenvolvimento voltados para a região e impôs tarifas a vários países africanos.
Essas medidas fragilizaram a atuação norte-americana e abriram espaço para que Pequim consolidasse uma posição estratégica no continente. Para reforçar essa aproximação, a China anunciou, em junho, a isenção de quase todas as tarifas comerciais para 53 países africanos.

China amplia comércio com a África em meio às tarifas de Trump

247 - A Universidade da África do Sul (Unisa) anunciou a escolha de Naledi Pandor como vencedora do Leadership in Practice Award 2025, um dos prêmios mais prestigiados do país. A informação foi divulgada pelo jornalista Lelethu Sabekwa, da <a href="https://nnatvplus.com/single-post?id=MTY=&amp;post=Dr.%20Naledi%20Pandor%20is%20the%20Leadership%20In%20Practice%20Award%20Recipient%202025">National Network Africa</a>. A honraria, concedida anualmente pela Alumni Association da School of Business Leadership (SBL), reconhece personalidades que demonstram visão, integridade e impacto transformador na sociedade.
Criado em 1989, o prêmio se consolidou como a principal distinção da instituição, celebrando nomes que se destacaram em áreas como negócios, governança e desenvolvimento social. Em anos anteriores, já foram homenageados o presidente Cyril Ramaphosa, o ex-ministro Trevor Manuel e a jurista Thuli Madonsela, entre outros líderes de destaque.
<h2>O discurso de reconhecimento</h2>
Na cerimônia de 2025, a professora Pumela Msweli, reitora executiva e CEO da Unisa SBL, destacou as razões que levaram à escolha de Pandor: “Este prêmio é destinado a uma liderança que não se curva à pressão, que não compromete seus valores e não vacila em tempos de turbulência. Esse é o legado da doutora Pandor, uma voz de clareza, coragem e convicção”, afirmou.
Msweli ressaltou ainda que Pandor sempre defendeu a educação como instrumento de transformação social. “Ela acredita que a educação é o grande equalizador, capaz de empoderar indivíduos, transformar comunidades e elevar nações.”
<h2>A trajetória de Naledi Pandor</h2>
Ex-ministra das Relações Internacionais e Cooperação (2019–2024) e também da Educação (2004–2009), Pandor iniciou a carreira como professora. Sua trajetória política e acadêmica a consolidou como uma das vozes mais respeitadas do país, tendo obtido reconhecimento internacional por seu posicionamento firme em defesa da causa palestina.
Segundo a reitora Puleng LenkaBula, vice-chanceler da Unisa, a escolha reforça a importância da liderança feminina no continente. “Hoje celebramos uma das filhas ilustres da África, uma mulher que serviu e liderou a África do Sul com distinção por cinco décadas, dedicando seu talento para garantir que nossa democracia seja significativa e transformadora.”
<h2>O retorno do prêmio após a pandemia</h2>
A edição de 2025 marcou a retomada do prêmio após uma pausa durante a pandemia de Covid-19, quando a atividade acadêmica e empresarial foi fortemente afetada. Além do prêmio principal, a Unisa mantém desde 2018 duas categorias complementares: Woman in Leadership Award e Emerging Leader Award, voltadas para reconhecer lideranças femininas e jovens profissionais emergentes.
<h2>O discurso de agradecimento</h2>
Ao receber a homenagem, Naledi Pandor destacou o valor de quatro décadas dedicadas ao serviço público. “Quero agradecer sinceramente à Unisa School of Business Leadership por este reconhecimento. Ele torna meus mais de 40 anos de serviço público ainda mais gratificantes.”
A ex-ministra também lançou um desafio às universidades sul-africanas. “Peço às nossas instituições de ensino superior que ajudem formuladores de políticas a buscar soluções, e não apenas a identificar problemas. Acredito que uma parceria sólida para melhorar o desempenho do setor público pode ser a peça que falta na transformação fundamental do nosso país.”

Redação Brasil 247

Sul Global

Naledi Pandor recebe o prêmio Leadership in Practice 2025 na África do Sul

247 – A Graduate School of Business Leadership (SBL) da Universidade da África do Sul (UNISA) alcançou um marco histórico ao obter, pela primeira vez, a acreditação internacional da Business Graduates Association (BGA).&nbsp;
A informação foi publicada pelo National Network Africa em <a href="https://nnatvplus.com/single-post?id=MTE=&amp;post=UNISA%20Graduate%20School%20of%20Business%20Archives%20Historic%20Milestone:%20Gains%20International%20Accreditation%20and%20Launches%20New%20Thought%20Leadership%20on%20Africa%E2%80%99s%20Trade">reportagem assinada por Sello Lentsoane</a>. O reconhecimento coloca a instituição entre as 200 melhores escolas de negócios do mundo e representa um divisor de águas em seus 60 anos de trajetória, reforçando seu compromisso com a excelência acadêmica, a inovação e o avanço econômico do continente.
A conquista foi celebrada sob a liderança transformadora da reitora e CEO da SBL, professora Pumela Msweli, que destacou a relevância desse resultado para a educação de negócios africana. “Ser reitora executiva de uma escola de negócios de 60 anos – uma das primeiras na África do Sul – significa tudo para mim”, afirmou. “É o resultado de anos de perseverança, esforço comunitário e uma determinação incansável de elevar a educação empresarial africana a padrões internacionais”.
O processo de acreditação não foi simples. A instituição havia buscado o reconhecimento internacional em 2001 e em 2008, mas somente em 2025 obteve êxito. Segundo a BGA, a certificação valida a qualidade e a relevância dos programas oferecidos pela UNISA SBL, ampliando a confiança de estudantes, professores e parceiros na solidez da instituição.
<h2>Lançamento de obra sobre comércio intra-africano</h2>
Além de conduzir a escola a um patamar global, a professora Pumela Msweli também tem se dedicado a promover o debate sobre o futuro econômico da África. Recentemente, ela coassinou e lançou o livro “Will AfCFTA Unleash Africa’s Potential?”, publicado com apoio da UNISA SBL. A obra analisa as perspectivas da Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA) e discute as barreiras que ainda dificultam a plena integração econômica do continente.
“Durante muito tempo falamos em integrar a África. Agora, as fronteiras foram removidas, mas ainda existem problemas de implementação”, disse Msweli. Ela acrescentou que “a razão pela qual a África não negocia consigo mesma é que é incrivelmente difícil integrar o continente quando ele foi deliberadamente dividido – governar, criar conflitos. Essas divisões tornam o comércio e a cooperação regional difíceis”.
<h2>Desafios e oportunidades para o continente</h2>
O livro destaca que, apesar dos avanços institucionais, ainda persistem obstáculos políticos e estruturais que freiam o comércio intra-africano. Como exemplo, mostra que em 2023 o volume total de comércio da África representava apenas 3,5% do comércio global, muito abaixo da participação da Ásia, que alcança 41%. Esse contraste evidencia o tamanho do desafio para que o continente possa aproveitar melhor seu potencial econômico por meio da integração.
A UNISA SBL, com sua nova acreditação e com a liderança intelectual de Pumela Msweli, consolida-se como protagonista não apenas na formação de líderes de negócios, mas também na construção de um discurso crítico e estratégico sobre o papel da África no cenário global.

Equipe da Unisa celebra acreditação internacional

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Escola sul-africana conquista acreditação internacional e lança obra sobre integração comercial africana

247 – A ferrovia que liga Mombasa a Nairóbi já é considerada um dos projetos de infraestrutura mais transformadores do Leste Africano. Inaugurada para substituir uma linha centenária, a Standard Gauge Railway (SGR) modernizou o transporte no Quênia, fortaleceu a integração econômica regional e se tornou símbolo da Iniciativa Cinturão e Rota da China. A <a href="https://nnatvplus.com/single-post?id=MTM%3D&amp;post=Mombasa%26ndash%3BNairobi+SGR%3A+A+Railway+Transforming+East+Africa">reportagem foi publicada originalmente pela National Network Africa</a> e assinada pelo jornalista Sello Lentsoane.
O engenheiro queniano Jamlick Mwangi Kariuki, atualmente mestrando em Engenharia de Rodovias e Ferrovias na Universidade Jiaotong de Pequim, trabalhou na Kenya Railways entre 2021 e 2023, período em que participou diretamente do desenho, construção e supervisão de projetos ferroviários. Para ele, a SGR representa um marco nacional.
<blockquote>&nbsp;“O principal objetivo da SGR foi modernizar o transporte entre Mombasa e Nairóbi. A antiga ferrovia de bitola métrica tinha mais de um século e já não conseguia atender ao crescente volume de cargas vindas do porto de Mombasa, que serve não apenas o Quênia, mas toda a região da África Oriental”, explicou Kariuki.</blockquote>
<h2>Superando desafios de financiamento e capacitação</h2>
O projeto enfrentou obstáculos relevantes, em especial o financiamento, solucionado por meio de aporte conjunto dos governos do Quênia e da China. Outro desafio foi a falta de mão de obra especializada em engenharia ferroviária. A saída veio pela cooperação internacional.
“O Programa de Quenianização reuniu a China Road and Bridge Corporation, a Kenya Railways e a Universidade Jiaotong de Pequim. Ele garantiu que os quenianos fossem treinados localmente e também na China, construindo capacidade para a gestão da ferrovia após a construção. O Instituto de Treinamento Ferroviário em Nairóbi também foi modernizado para apoiar o desenvolvimento de habilidades no longo prazo”, destacou.
<h2>Infraestrutura moderna e valor de longo prazo</h2>
Apesar do alto custo inicial, Kariuki defende a relevância estratégica da ferrovia.
<blockquote>&nbsp;“A ferrovia utiliza a tecnologia mais avançada. É moderna, segura e eficiente. Pode ter sido cara para construir, mas seu valor está no serviço de longo prazo que prestará tanto para o transporte de cargas quanto para passageiros”, afirmou.</blockquote>
A SGR faz parte da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), estratégia global da China para interligar países por meio de infraestrutura de transporte e comércio. Para Kariuki, os efeitos já são visíveis:
<blockquote>&nbsp;“A BRI melhorou o transporte nos países participantes, criou empregos e abriu oportunidades para que jovens estudem e trabalhem. A SGR é um dos exemplos mais visíveis de seus benefícios na África Oriental.”</blockquote>
<h2>Impactos sociais e econômicos</h2>
Segundo o engenheiro, o impacto da ferrovia vai muito além do transporte.
“Boa infraestrutura é a base para o crescimento. Com uma rede ferroviária eficiente, o movimento de mercadorias e pessoas no Leste Africano se torna mais fácil, os negócios se expandem e surgem novas oportunidades de emprego e renda. Com o tempo, os padrões de vida melhoram”, enfatizou.
À medida que os trens cortam a savana queniana entre Mombasa e Nairóbi, a SGR se firma como um símbolo de progresso e de futuro. Mais do que ligar duas cidades, conecta economias, promove integração regional e redefine o destino de um continente em transformação.

Ferrovia Mombasa–Nairobi impulsiona integração e desenvolvimento no Leste Africano

CGTN – O presidente chinês, Xi Jinping, encontrou-se hoje (4) com o presidente da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, que veio à China para participar das comemorações que marcam o 80º aniversário da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Antifascista Mundial. O encontro ocorreu no Grande Palácio do Povo, em Beijing. Na ocasião, os dois chefes de Estado anunciaram a elevação do relacionamento bilateral ao patamar de uma Comunidade China-Congo de Alto Nível com Futuro Compartilhado.
Xi Jinping destacou que as relações entre a China e o Congo constituem um exemplo de amizade sino-africana. Desde que o Congo assumiu a copresidência africana do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), o país tem trabalhado ativamente com a China para promover a implementação dos resultados da Cúpula de Beijing, alcançando progressos notáveis. A China está disposta a trabalhar com os países africanos para implementar as “Dez Ações de Parceria”, desenvolvendo novos pontos de crescimento em indústrias verdes, comércio eletrônico e pagamentos, ciência, tecnologia e inteligência artificial, a fim de impulsionar a cooperação sino-africana com mais qualidade e em níveis mais elevados.
“Diante da atual conjuntura internacional, marcada por mudanças e instabilidades, a China e a África, como membros importantes do Sul Global, devem assumir a responsabilidade histórica de defender a equidade e a justiça internacionais, bem como proteger a paz mundial e promover o desenvolvimento comum, unindo esforços para a construção de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade”, disse Xi Jinping.
Sassou, por sua vez, afirmou que a China realizou com êxito as comemorações do 80º aniversário da vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa, por meio destas demonstrando a coragem do povo chinês e a solidariedade dos povos do mundo. Ele disse sentir-se honrado em participar do evento, unindo-se à China na defesa da paz e na construção de um futuro melhor. O Congo mantém-se firmemente comprometido com o princípio de uma só China e espera estreitar a cooperação com o país asiático em diversas áreas, impulsionando fortemente as relações bilaterais.
Fonte: CMG

China

Xi Jinping reúne-se com o presidente do Congo

247 - Mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo permanecem sem acesso a água potável segura, revelou um relatório divulgado nesta terça-feira (26) pela ONU (Organização das Nações Unidas). O levantamento, noticiado pela<a href="https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2025/08/uma-em-cada-quatro-pessoas-nao-tem-acesso-seguro-a-agua-potavel-diz-onu.shtml"> Folha de S.Paulo</a>, evidencia que os avanços rumo à universalização do acesso ainda são lentos e insuficientes.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), um em cada quatro habitantes do planeta continua privado de água potável administrada de forma segura. O estudo também aponta que mais de 100 milhões de pessoas ainda dependem de fontes superficiais, como rios, lagos e canais, para consumo diário.
<h2>Riscos crescentes para a saúde global</h2>
O relatório destaca que a lentidão no cumprimento das metas do programa WASH (Água, Saneamento e Higiene, na sigla em inglês) expõe bilhões de pessoas ao risco de doenças infecciosas. As agências alertam que a meta de alcançar cobertura universal até 2030 está cada vez mais distante.
“Água, saneamento e higiene não são privilégios. São direitos humanos fundamentais”, afirmou Rüdiger Krech, diretor de Meio Ambiente e Mudança Climática da OMS. Ele reforçou que é preciso acelerar as ações, “em particular para as comunidades mais marginalizadas”.
<h2>Classificação dos serviços de água</h2>
O estudo analisou cinco níveis de acesso à água potável. O mais elevado, chamado de “gestão segura”, é caracterizado pela disponibilidade de água limpa no local, livre de contaminação química ou fecal. Os demais níveis vão do “básico” (fonte em até 30 minutos de distância) ao “superficial”, quando a população depende diretamente de rios ou lagoas.
Apesar de alguns avanços desde 2015 — quando 961 milhões de pessoas conquistaram acesso a sistemas mais seguros — o número de pessoas sem cobertura ainda chega a 2,1 bilhões. Entre elas, 106 milhões continuam recorrendo a água superficial, embora esse número tenha caído em relação a uma década atrás.
<h2>África concentra desigualdades</h2>
Os dados mostram que apenas 89 países contam com serviço básico de fornecimento de água potável, e somente 31 alcançaram o acesso universal seguro. A situação mais crítica está concentrada na África, onde 28 países ainda convivem com índices alarmantes: em muitos deles, uma em cada quatro pessoas não tem sequer acesso a serviços básicos.
No campo do saneamento, houve progresso: desde 2015, 1,2 bilhão de pessoas passaram a contar com serviços seguros, elevando a cobertura mundial de 48% para 58%. Também diminuiu o número de pessoas que ainda precisam defecar ao ar livre — de 429 milhões para 354 milhões.
Em relação à higiene, 1,6 bilhão de pessoas passaram a ter acesso a locais para lavar as mãos com água e sabão, ampliando a cobertura para 80% da população global.
<h2>Impactos sobre a infância</h2>
A desigualdade no acesso atinge de forma mais severa as crianças. “Quando as crianças não têm acesso a água potável, saneamento e higiene, sua saúde, educação e futuro estão em risco”, destacou Cecilia Scharp, diretora do programa WASH no Unicef.
Ela acrescentou que as desigualdades de gênero agravam ainda mais o cenário: “As meninas são as mais impactadas, já que muitas vezes assumem a responsabilidade de buscar água e enfrentam desafios adicionais durante a menstruação”.
De acordo com Scharp, sem mudanças significativas, “no ritmo atual, a promessa de acesso à água potável e saneamento para cada criança está cada vez mais longe”.

Saúde

Uma em cada quatro pessoas ainda vive sem acesso seguro à água potável, alerta ONU

247 - Em declaração à imprensa nesta segunda-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a visita oficial do presidente da Nigéria, Bola Tinubu, marca a retomada da presença brasileira no continente africano. Segundo o pronunciamento, realizado durante encontro bilateral em Brasília, Lula defendeu a reaproximação estratégica entre os dois países, ancorada em comércio, investimentos e cooperação multissetorial.
Nos primeiros minutos do discurso, Lula vinculou a nova fase das relações à necessidade de aprofundar o diálogo político e o multilateralismo. O presidente destacou que “a Nigéria foi nosso maior parceiro comercial na África, mas na última década o intercâmbio diminuiu drasticamente. De US$ 10 bilhões em 2014, passamos a US$ 2 bilhões em 2024”, pontuando que “nos últimos governos o Brasil se distanciou da África” e que “duas das maiores economias da América Latina e da África devem ter um intercâmbio muito maior”.
O chefe do Executivo enumerou frentes já em andamento e novos instrumentos de cooperação firmados recentemente. “Nos últimos meses, nossas equipes mantiveram contatos. Nesse período assinamos vários acordos sobre defesa, agricultura, pecuária, segurança, produção audiovisual, comércio, investimentos, turismo e energia. Hoje estamos firmando mais cinco acordos, nas áreas cultural, de serviços aéreos, de tecnologia e de diálogo político”, disse.
Lula também enquadrou a parceria Brasil–Nigéria como resposta a tendências globais de fechamento de mercados e ações unilaterais. “Nesse momento em que ressurgem o protecionismo e o unilateralismo, Nigéria e Brasil reafirmam sua aposta no livre comércio e na integração produtiva. Seguimos empenhados na construção de um mundo de paz e livres de imposições hegemônicas. São muitas as possibilidade de sinergia entre os dois países”, afirmou.
Ao comentar o papel de Abuja na governança global, Lula sublinhou o peso demográfico e a influência política nigeriana. “Com seus 230 milhões de habitantes e seu imenso e rico território, a Nigéria é um parceiro dos BRICS e um importante ator nos debates sobre as reformas das instituições de governança global. A Nigéria possui todas as credenciais para se tornar membro pleno do G20”, declarou. O presidente reiterou a defesa brasileira por reformas no sistema multilateral: “Nossas regiões precisam estar adequadamente representadas em um Conselho de Segurança da ONU reformado. Reafirmamos nosso compromisso com o multilateralismo, com a OMC”.
Em tom histórico e cultural, Lula retomou o vínculo do Brasil com a África, evocando a escravidão e a contribuição africana para a formação nacional. “O Brasil tem uma preocupação muito peculiar e particular com nossa relação com todo o continente africano”, disse, defendendo prioridade para transferência de tecnologia e políticas agrícolas. Em sua fala, sintetizou o compromisso: “o Brasil tem obrigação de ajudar o continente africano a ter o mesmo desenvolvimento que tivemos aqui”.
Ao final, Lula afirmou que a presença de Tinubu simboliza o retorno do Brasil à África em bases igualitárias: “pode estar certo de que essa sua vinda ao Brasil hoje significa definitivamente a volta do Brasil ao continente africano — não como país que quer ter relação hegemônica com ninguém, mas que quer ter uma relação solidária, fraterna, igualitária, pensando no crescimento do povo africano e no crescimento do povo brasileiro”. Segundo o presidente, a agenda bilateral recoloca os dois países em rota de maior integração econômica, política e cultural.

Guilherme Levorato

"Sua vinda significa a volta do Brasil à África", diz Lula ao presidente da Nigéria

247 - Em declaração à imprensa nesta segunda-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou “o protecionismo, o unilateralismo e as imposições hegemônicas”, sem citar Donald Trump, o atual presidente dos Estados Unidos. As afirmações foram feitas ao lado do presidente da Nigéria, Bola Tinubu, que realiza visita oficial ao Brasil. O encontro marca uma tentativa de relançar a parceria bilateral.
O petista afirmou que, na última década, o comércio entre os dois países desabou, e defendeu uma agenda de livre comércio, integração produtiva e cooperação política em fóruns multilaterais. “A Nigéria foi nosso maior parceiro comercial na África, mas na última década o intercâmbio diminuiu drasticamente. De US$ 10 bilhões em 2014, passamos a US$ 2 bilhões em 2024”, disse. “Nos últimos governos o Brasil se distanciou da África. duas das maiores economias da América Latina e da África devem ter um intercâmbio muito maior”, acrescentou.
Lula listou avanços recentes na relação e novos instrumentos que, segundo ele, devem ampliar o diálogo e os investimentos. “Nos últimos meses, nossas equipes mantiveram contatos. Nesse período assinamos vários acordos sobre defesa, agricultura, pecuária, segurança, produção audiovisual, comércio, investimentos, turismo e energia. Hoje estamos firmando mais cinco acordos, nas áreas cultural, de serviços aéreos, de tecnologia e de diálogo político”, afirmou.
O presidente vinculou a aproximação à necessidade de respostas multilaterais diante do aumento de barreiras econômicas. “Nesse momento em que ressurgem o protecionismo e o unilateralismo, Nigéria e Brasil reafirmam sua aposta no livre comércio e na integração produtiva. Seguimos empenhados na construção de um mundo de paz e livres de imposições hegemônicas. São muitas as possibilidade de sinergia entre os dois países”, declarou.
Ao projetar a inserção internacional de Abuja, Lula destacou o peso demográfico e territorial da Nigéria, seu vínculo com o bloco das economias emergentes e a convergência de agendas no chamado Sul Global. “Com seus 230 milhões de habitantes e seu imenso e rico território, a Nigéria é um parceiro dos BRICS e um importante ator nos debates sobre as reformas das instituições de governança global. A Nigéria possui todas as credenciais para se tornar membro pleno do G20”, disse, defendendo também a reforma do Conselho de Segurança da ONU: “Nossas regiões precisam estar adequadamente representadas em um Conselho de Segurança da ONU reformado. Reafirmamos nosso compromisso com o multilateralismo, com a OMC.”
Lula situou a reaproximação em um contexto histórico e cultural, ao afirmar que o Brasil tem “obrigação” de cooperar com o continente africano, especialmente em transferência de tecnologia e políticas agrícolas. “O Brasil tem uma preocupação muito peculiar e particular com nossa relação com todo o continente africano. O Brasil tem noção do que significa nossa história, nossa cultura, nosso jeito de ser, nosso jeito de ser, nossa cor, nossa música, com 350 anos de escravidão a que o povo negro africano foi submetido aqui no Brasil. E a única forma de a gente pagar não pode ser mensurada em dinheiro. Tem que ser mensurada em solidariedade, alinhamento político, econômico e cultural, porque o Brasil tem que a ajudar a África transferindo tecnologia, conhecimento, tudo aquilo que a gente aprendeu aqui no Brasil e deu certo, sobretudo na área agrícola”, afirmou.
Ele disse que a visita de Tinubu simboliza a “volta” do Brasil ao continente africano, com ênfase em uma parceria “solidária, fraterna e igualitária”. “O Brasil tem obrigação de ajudar o continente africano a ter o mesmo desenvolvimento que tivemos aqui. Nós já pensamos nisso há muito tempo e depois não andou. Mas agora, presidente Tinubu, pode estar certo de que essa sua vinda ao Brasil hoje significa definitivamente a volta do BRasil ao continente africano - não como país que quer ter relação hegemônica com ninguém, mas que quer ter uma relação solidária, fraterna, igualitária, pensando no crescimento do povo africano e no crescimento do povo brasileiro. Hoje é um dia muito importante para mim, para o meu país e, pode ter certeza, vai ser um dia muito importante para a história da Nigéria”, concluiu.

Brasília (DF) 25/08/2025 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião ampliada com o presidente da Nigéria, Bola Tinubu, no Palácio do Planalto

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Sem citar Trump, Lula critica ‘protecionismo, unilateralismo e imposições hegemônicas’

247 - Em publicação nas redes sociais nesta segunda-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou a relevância estratégica da Nigéria para o Brasil. “Hoje estamos recebendo no Palácio do Planalto o presidente da Nigéria, Bola Tinubu. A Nigéria é um dos principais parceiros do Brasil no continente africano, com o qual compartilhamos profundos vínculos históricos e culturais. Neste ano, celebramos 65 anos de nossa relação bilateral. Seja bem-vindo, presidente Tinubu”, escreveu o chefe de Estado, ao dar as boas-vindas ao líder africano.
De acordo com as informações oficiais do encontro, a visita a Brasília inclui uma programação completa no Palácio do Planalto: cerimônia de chegada, reuniões restrita e ampliada, assinatura de atos, declaração conjunta à imprensa e almoço oferecido por Lula e Janja da Silva a Bola Tinubu. A agenda evidencia a prioridade dada pelo governo brasileiro ao adensamento dos laços com a República Federal da Nigéria.
A realização da visita ocorre em um momento de maior protagonismo internacional de Abuja. Na XVII Cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro em julho de 2025, os líderes anunciaram a entrada da Nigéria como parceira oficial do bloco, ao lado de Cuba, Bolívia e Uzbequistão. O documento final reforçou o compromisso com o multilateralismo e uma governança global mais justa e inclusiva, reconhecendo a relevância econômica, política e demográfica nigeriana. Com mais de 220 milhões de habitantes e uma das maiores economias da África, o país é apontado como candidato natural a membro pleno nos próximos anos, ampliando a representatividade africana no grupo.
Ao abrir a semana com uma agenda dedicada a fortalecer a cooperação com a Nigéria, Lula sinaliza a centralidade da integração do Sul Global na política externa brasileira. A expectativa é que os atos bilaterais e as conversas em Brasília desdobrem-se em novos eixos de colaboração econômica, comercial e tecnológica, num momento em que a economia nigeriana se diversifica e amplia oportunidades em setores como energia e inovação.
A Nigéria, entre os maiores produtores de petróleo do mundo, tem buscado modernizar sua base produtiva, movimento que encontra eco na estratégia brasileira de reindustrialização e atualização tecnológica. Para o Brasil, aprofundar os laços com o país africano significa não apenas dinamizar o intercâmbio comercial, mas também fortalecer a articulação política em fóruns multilaterais e em iniciativas de desenvolvimento conjunto.

Lula exalta parceria Brasil-Nigéria: 'um dos nossos principais parceiros no continente africano'

247 - A convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o chefe de Estado da Nigéria, Bola Tinubu, desembarca em Brasília para uma visita oficial de dois dias, marcada para 25 e 26 de agosto. O encontro é considerado estratégico, já que os dois países celebram 65 anos de relações diplomáticas, construídas sobre fortes vínculos históricos e culturais.
O Brasil foi o único país da América do Sul convidado para a cerimônia de proclamação da independência da Nigéria, em 1960. Desde então, a parceria bilateral vem se consolidando em diferentes áreas. Em março deste ano, o chanceler Mauro Vieira realizou visita oficial a Abuja, e, em junho, o vice-presidente Geraldo Alckmin chefiou a delegação brasileira na II Sessão do Mecanismo de Diálogo Estratégico entre os dois países.
<h2>Reuniões de alto nível no Palácio do Planalto</h2>
A agenda de Bola Tinubu em Brasília inclui reunião com Lula e ministros no Palácio do Planalto, no dia 25, para tratar de temas bilaterais, regionais e multilaterais. Estão previstas ainda assinaturas de acordos de cooperação em diferentes áreas. No mesmo dia, o presidente nigeriano será recebido pelos presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal.
Outro destaque da programação é a participação, ao lado de Geraldo Alckmin, no encerramento do Fórum Empresarial Nigéria-Brasil, promovido pelo Sebrae, que reunirá autoridades e representantes do setor privado em busca de novas oportunidades de negócios.
<h2>Comércio bilateral em expansão</h2>
Segundo dados do Itamaraty, a Nigéria é hoje o quarto maior parceiro comercial do Brasil na África. Em 2024, o intercâmbio entre os dois países movimentou cerca de US$ 2 bilhões, valor que representou crescimento de 20% em relação ao ano anterior.
As exportações brasileiras são dominadas por açúcares e melaços, que respondem por 74% do total. Já as importações concentram-se principalmente em fertilizantes (48%) e petróleo e derivados (48%), refletindo a complementaridade econômica entre as duas nações.

Otávio Rosso

Lula recebe presidente da Nigéria em visita oficial ao Brasil nesta segunda

247 - Uma iniciativa batizada de “Corrija o Mapa” busca pôr fim a séculos de distorções cartográficas que, segundo os organizadores, diminuem a importância do continente africano no imaginário global. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (20) pela Sputnik África.A campanha, liderada pelas organizações Africa No Filter e Speak Up Africa, com o apoio da União Africana (UA), denuncia que a tradicional projeção de Mercator, criada no século XVI, privilegia a Europa e a América do Norte, inflando suas dimensões, enquanto reduz de forma drástica o tamanho real da África. O movimento pede a adoção imediata da projeção Equal Earth, desenvolvida em 2018, que apresenta os continentes em suas proporções corretas.
<h3>A disputa pela representação do espaço geográfico</h3>
A projeção de Mercator foi criada em 1569 por Gerardus Mercator, um cartógrafo flamengo, com a finalidade de facilitar a navegação marítima. Contudo, ao longo dos séculos, o modelo acabou se consolidando como o padrão nos mapas escolares e oficiais, o que, para especialistas, reforça uma visão eurocêntrica e colonial do mundo.Já o modelo Equal Earth busca corrigir essa distorção, mostrando o real tamanho da África e da América do Sul, que aparecem muito menores do que são de fato quando comparados com a Europa e a América do Norte nos mapas tradicionais.
<h3>O protagonismo africano no debate</h3>
Em entrevista à Sputnik África, Fara Ndiaye, cofundadora da Speak Up Africa, no Senegal, destacou a importância de resgatar a verdadeira dimensão do continente.
“A África está entrando em uma era decisiva. É o continente mais jovem e de crescimento mais rápido e em breve abrigará um quarto da população mundial. Ela precisa ser vista em sua verdadeira escala e não minimizada”, afirmou.
A iniciativa conta também com campanhas digitais e materiais educativos que pretendem conscientizar escolas, universidades e meios de comunicação sobre os impactos de se perpetuar uma cartografia distorcida.
<h3>Um mapa como instrumento de poder</h3>
Segundo os organizadores, o debate não é apenas técnico, mas também político e cultural. Mapas sempre foram utilizados como ferramentas de dominação e influência, e a insistência em manter a projeção de Mercator como padrão é vista como uma herança direta da colonização.
Com o movimento “Corrija o Mapa”, os grupos africanos esperam que governos, instituições de ensino e plataformas globais de tecnologia passem a adotar projeções mais justas, contribuindo para uma percepção mundial que reflita melhor a importância geopolítica e cultural da África no século XXI.

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