Emirates Global Aluminium avalia compra da brasileira CBA, controlada pela Votorantim
Negociação reforça a estratégia dos Emirados Árabes de expandir presença em metais de baixo carbono
247 – A Emirates Global Aluminium (EGA), uma das maiores produtoras de alumínio do mundo, estuda a aquisição da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), empresa controlada pelo grupo brasileiro Votorantim. A informação foi divulgada pelo Brazil Stock Guide com base em fontes da agência Reuters. Segundo as publicações, a EGA contratou o banco Morgan Stanley como assessor financeiro para avaliar o negócio.
A possível compra da CBA faz parte da estratégia global da EGA de ampliar sua presença em mercados emergentes e consolidar seu papel na produção de metais sustentáveis. A empresa, que pertence ao fundo soberano Mubadala, de Abu Dhabi, e à Investment Corporation of Dubai, busca ativos integrados e com acesso direto a matérias-primas — características centrais da CBA.
Fundada há mais de 70 anos, a CBA atua em sete estados brasileiros e controla toda a cadeia produtiva do alumínio, desde a extração de bauxita até a fundição e o refino. Analistas do setor classificam a companhia como um ativo “totalmente integrado”, com posição estratégica para atender à crescente demanda por alumínio de baixo carbono.
Votorantim e o valor estratégico do ativo
A Votorantim detém 69% das ações da CBA (B3: CBAV3), cuja capitalização de mercado estava em torno de US$ 487 milhões no último fechamento, de acordo com dados da LSEG. Caso o negócio avance, é provável que a transação inclua um prêmio significativo sobre o valor de mercado, considerando o potencial de transformar o Brasil em um polo exportador de alumínio verde — segmento em forte expansão no cenário global.
Embora a Reuters destaque que ainda não há confirmação de uma oferta formal, as conversas indicam o interesse crescente da EGA em ativos industriais latino-americanos, alinhados à transição energética e à descarbonização das cadeias produtivas.
Portfólio da Mubadala cresce no Brasil
A possível aquisição reforça o movimento da Mubadala para ampliar seus investimentos no Brasil. O fundo já possui participações em ativos estratégicos, como a Acelen — antiga refinaria Mataripe, na Bahia — e a empresa de data centers Elea Digital. A entrada no setor de alumínio complementaria a presença dos Emirados Árabes em segmentos de infraestrutura e energia limpa na América Latina.
Se concretizado, o negócio colocaria a EGA em posição de destaque frente a concorrentes globais como a norueguesa Hydro e a norte-americana Alcoa, ambas com forte presença no Brasil. Além disso, sinalizaria um passo importante na integração do país à nova economia verde, com potencial para impulsionar exportações e fortalecer a indústria nacional de metais sustentáveis.