‘Vamos matar russos se a Rússia atacar a Otan’, afirma ministro da Defesa da Alemanha
Boris Pistorius afirmou que soldados alemães destacados na Lituânia sabem que devem agir com força letal se a dissuasão contra Moscou falhar
247 - Em entrevista ao Financial Times publicada neste domingo (13), o ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, fez uma declaração contundente sobre o papel das tropas alemãs destacadas na Lituânia: elas estão preparadas para matar soldados russos caso a Rússia ataque algum país membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Pistorius enfatizou que o contingente militar deslocado para o flanco oriental da aliança, especificamente para a capital lituana Vilnius, tem clareza sobre sua missão. “Se a dissuasão não funcionar e a Rússia atacar, vai acontecer? Sim”, declarou. O ministro sugeriu ainda que qualquer dúvida sobre o comprometimento da Alemanha com a defesa coletiva da Otan poderia ser sanada com uma simples visita aos soldados no país báltico: “Recomendo que vá a Vilnius e converse com os representantes da brigada alemã lá. Eles sabem exatamente qual é o seu trabalho”.
Ainda segundo o ministro alemão, qualquer possibilidade de diálogo com Moscou só poderá ocorrer em bases equitativas. “Falar de paz e distensão só é possível em termos iguais e a partir de uma posição de força”, disse Pistorius, acrescentando: “Não é para intimidar ninguém, mas para deixar claro que sabemos o que somos capazes de fazer — queremos viver em paz com vocês, mas não pensem que somos fracos ou que não vamos nos defender”.
As falas do ministro se somam a um clima de crescente tensão entre a Otan e Moscou, ainda que o Kremlin negue categoricamente qualquer intenção de atacar países da aliança. O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, reagiu duramente às especulações, classificando-as como “absurdas” e acusando os governos ocidentais de promover uma narrativa de medo para justificar o aumento dos gastos militares. “Eles transformaram a Rússia em um monstro para justificar a decisão de elevar os investimentos em defesa da Otan para 5% do PIB”, afirmou.
Peskov também criticou duramente o chanceler alemão Friedrich Merz, a quem chamou de “defensor ferrenho do confronto com a Rússia”, acusando-o de “mobilizar agressivamente a Europa”.
(Com informações da agência RT)