UE não será pressionada a aceitar acordo tarifário injusto com os EUA, diz chefe de comércio do bloco

Reuters - A União Europeia não está sob pressão para aceitar um acordo tarifário injusto com os Estados Unidos, disse seu chefe comercial na terça-feira (6), acrescentando que estava sendo contatada por outros países que buscam estreitar laços comerciais com o bloco de 27 nações.

A UE enfrenta tarifas de importação de 25% dos EUA sobre seu aço, alumínio e carros , além das chamadas tarifas "recíprocas" de 10% para quase todos os outros produtos, uma taxa que pode subir para 20% após a pausa de 90 dias do presidente Donald Trump expirar em 8 de julho.

O comissário europeu de Comércio, Maros Sefcovic, disse que a UE usaria a pausa para preparar novas medidas de reequilíbrio e garantir condições equitativas caso as negociações fracassem.

"Todas as opções permanecem sobre a mesa", disse ele ao Parlamento Europeu.

Embora a preferência clara da UE fosse negociar uma solução com os Estados Unidos, ele disse que Washington agora precisa mostrar sua prontidão para progredir em direção a um acordo justo e equilibrado.

"Não nos sentimos fracos. Não nos sentimos pressionados indevidamente a aceitar um acordo, o que não seria justo para nós", disse Sefcovic.

O comissário disse que as tarifas dos EUA agora cobrem 70% do comércio de bens da UE com os Estados Unidos, e que esse número pode aumentar para 97% após novas investidas dos EUA sobre produtos farmacêuticos, semicondutores e outros produtos.

Ele disse que a UE também está focada nos 87% do comércio global não realizado com os EUA, apontando para as negociações do bloco com a Índia, Indonésia, Filipinas, Tailândia e Malásia.

"Posso dizer que nossos telefones não param de tocar o tempo todo porque todos querem acelerar as negociações de acordos de livre comércio conosco", disse ele.

O comentário evocou a linguagem da Casa Branca, que disse ter recebido uma enxurrada de pedidos de governos que buscam fechar acordos e reduzir o impacto das tarifas de Trump, que agitaram os mercados e aumentaram os temores de uma crise econômica global.

A União Europeia suspendeu suas próprias contramedidas contra as tarifas de aço dos EUA para dar espaço para negociações, embora pareça que não tenham feito muito progresso .

Sefcovic disse que a UE também se protegeria contra possíveis aumentos de importações devido ao comércio desviado pelo muro tarifário de Trump, acrescentando que uma força-tarefa criada para monitorar o desvio de comércio produziria seus primeiros resultados em meados de maio.

Reportagem de Philip Blenkinsop; Edição de Sharon Singleton e Joe Bavier