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UE apoia criação de “muro de drones” após violações aéreas

Líderes europeus discutem em Copenhague rede de defesa contra drones atribuídos à Rússia

A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, recebe o presidente francês, Emmanuel Macron, no dia da reunião informal de líderes da União Europeia em Copenhague, Dinamarca, em 1º de outubro de 2025 (Foto: REUTERS/Piroschka van de WouwD)

247 - Reunidos em Copenhague nesta quarta-feira (1º), chefes de governo da União Europeia declararam apoio à criação de um “muro de drones” para reforçar a defesa do bloco. A proposta surge dias depois de violações do espaço aéreo da Dinamarca por aeronaves não tripuladas. A informação foi divulgada pela agência Reuters, que acompanhou o encontro.

As recentes incursões — que também envolveram drones na Polônia e caças sobrevoando a Estônia — ampliaram a percepção de risco entre os países europeus e impulsionaram a agenda de segurança comum. Autoridades de Copenhague evitaram responsabilizar diretamente Moscou, mas a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, sugeriu que os episódios podem estar ligados ao governo russo.

Reação europeia às violações

“A Europa precisa ser capaz de se defender”, declarou Frederiksen ao fim da cúpula. Segundo ela, é urgente ampliar a produção de drones, fortalecer sistemas antidrones e estabelecer uma rede de medidas que permita neutralizar intrusões externas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reforçou que o objetivo de Moscou vai além da intimidação militar. “A Rússia tenta nos testar. Mas também tenta semear divisão e ansiedade em nossas sociedades. Não permitiremos isso”, disse.

O conceito de “muro de drones”

Von der Leyen já havia sugerido, em setembro, a construção de um “muro de drones”: um sistema integrado de sensores e armas para detectar, rastrear e abater aeronaves hostis. A ideia ganhou força após 20 drones russos invadirem o espaço aéreo polonês, episódio que levou a OTAN a acionar caças, helicópteros e baterias Patriot, abatendo parte dos equipamentos.

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, classificou o projeto como “oportuno e necessário”. Já o premiê da Finlândia, Petteri Orpo, alertou: “A Rússia continuará, e precisamos estar preparados”.

Divergências sobre abrangência da defesa

Apesar do consenso em torno da ameaça, líderes divergiram quanto ao alcance da estratégia. A presidente da Comissão Europeia afirmou que a prioridade deve ser a fronteira leste do continente, próxima à Rússia. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, advertiu que a defesa do sul europeu não deve ser negligenciada. Emmanuel Macron, presidente da França, defendeu uma abordagem mais ampla: “Na realidade, precisamos de sistemas avançados de alerta precoce para antecipar melhor as ameaças”, afirmou.

Críticas de Moscou e novas tensões

O Kremlin rejeitou qualquer envolvimento nos incidentes e reagiu negativamente à iniciativa europeia. O porta-voz Dmitry Peskov afirmou que “a história mostrou que erguer muros sempre é algo ruim”.

Além da defesa aérea, a cúpula de Copenhague marcou a primeira discussão entre os 27 membros da UE sobre o uso de ativos russos congelados no bloco para financiar empréstimos à Ucrânia. A proposta divide opiniões e foi classificada por Moscou como “roubo puro e simples”.

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