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Ucrânia propõe cessar-fogo aéreo e marítimo em negociações com os EUA na Arábia Saudita

Zelensky busca avançar em diálogos de paz com mediação americana, mas alerta para riscos de vantagem russa no campo de batalha

Volodymyr Zelensky e Donald Trump (Foto: Reuters/Brian Snyder)

247 - A Ucrânia apresentará uma proposta de trégua aérea e naval durante as negociações com uma delegação dos Estados Unidos na Arábia Saudita nesta terça-feira (11), segundo informações exclusivas obtidas pela AFP. A proposta, que visa facilitar um cessar-fogo inicial entre Rússia e Ucrânia, foi confirmada por uma alta autoridade ucraniana, que preferiu não se identificar, destaca reportagem do Uol.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, reforçou, em uma mensagem no Telegram, que "a Ucrânia busca a paz desde o primeiro segundo da guerra".A reunião em Jidá marca o primeiro encontro entre autoridades ucranianas e americanas desde a tensa visita de Zelensky à Casa Branca no final de fevereiro, que resultou em uma deterioração temporária das relações bilaterais. A proposta de cessar-fogo no ar e no mar foi escolhida por ser "fácil de implementar e monitorar", segundo a fonte ucraniana. No entanto, a Ucrânia deve rejeitar qualquer acordo que limite sua capacidade de rearmamento ou force o reconhecimento dos territórios ocupados pela Rússia, destaca a reportagem.

As relações entre Washington e Kiev passaram por altos e baixos nos últimos meses, especialmente após o retorno de Donald Trump à Casa Branca em janeiro. No final de fevereiro, uma discussão acalorada entre Trump e Zelensky resultou na suspensão da ajuda militar americana e no compartilhamento de informações de inteligência com a Ucrânia. Recentemente, porém, as tensões parecem ter diminuído, com ambos os líderes expressando disposição para negociar.

Enquanto as negociações avançam, a situação militar na Ucrânia permanece crítica. A Rússia reivindicou avanços significativos nas regiões de Kursk e Sumy, aumentando a pressão sobre Kiev. A alta autoridade ucraniana ouvida pela AFP alertou que, se os Estados Unidos continuarem a reter informações de inteligência, a Rússia poderá obter uma "vantagem significativa" no campo de batalha.

A Ucrânia será representada em Jidá por Andrii Yermak, chefe da administração presidencial, e outros altos funcionários. Do lado americano, estarão presentes o secretário de Estado, Marco Rubio, e o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz. Enquanto isso, o governo britânico anunciou uma reunião virtual no sábado (15) com países dispostos a apoiar uma trégua na Ucrânia. As negociações em Jidá representam uma tentativa de reestabelecer a confiança entre os aliados, mas os desafios diplomáticos e militares permanecem.

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