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Ucrânia busca apoio de aliados para pressionar Rússia após impasse em negociações de cessar-fogo

Após encontro direto sem avanços neste sentido, Kiev intensifica articulação com aliados ocidentais para endurecer sanções contra Moscou

O Ministro da Defesa ucraniano Rustem Umerov, o Ministro das Relações Exteriores turco Hakan Fidan, o Secretário de Estado dos EUA Marco Rubio, o Diretor da Agência de Inteligência da Turquia (MIT) Ibrahim Kalin e o Chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia Andriy Yermak conversam antes das negociações trilaterais entre Turquia, EUA e Ucrânia, em Istambul, Turquia, 16 de maio de 2025 (Foto: Arda Kucukkaya/Ministério das Relações Exteriores turco)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - A Ucrânia está mobilizando seus aliados ocidentais para aumentar a pressão sobre a Rússia, após a primeira rodada de negociações diretas entre os dois países em mais de três anos não resultar em um cessar-fogo. O encontro, realizado em Istambul, durou menos de duas horas e terminou sem acordo, apesar de ambas as partes concordarem com uma troca de mil prisioneiros de guerra cada — a maior desde o início do conflito. As informações são da agência Reuters.

Segundo uma fonte da delegação ucraniana, as exigências russas foram consideradas "descoladas da realidade" e incluíam a retirada de tropas ucranianas de partes de seu próprio território, além de outras condições vistas como inaceitáveis. A fonte, que falou sob condição de anonimato, descreveu as demandas de Moscou como "ultimatos" e "não construtivas".

Diante do impasse, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy entrou em contato com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e com os líderes da França, Alemanha e Polônia, buscando apoio para impor sanções mais rigorosas à Rússia caso esta rejeite a proposta de Trump para um cessar-fogo de 30 dias. Zelenskiy afirmou que sanções robustas devem ser aplicadas se Moscou não aceitar a trégua.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, classificou a posição russa como "claramente inaceitável" e destacou que os líderes europeus, juntamente com a Ucrânia e os EUA, estão "alinhando de perto" suas respostas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a União Europeia está preparando um novo pacote de sanções contra Moscou.

Durante as negociações em Istambul, as delegações sentaram-se frente a frente em uma mesa em forma de U. Enquanto os representantes russos vestiam ternos, metade dos ucranianos usava uniformes militares. Um funcionário turco descreveu a atmosfera como calma, mas observou que não foi definido um cronograma ou local para a próxima rodada de conversas, pois ambos os lados precisam primeiro informar seus líderes.

O principal negociador russo, Vladimir Medinsky, afirmou que sua equipe "tomou nota" do pedido ucraniano por conversas diretas entre Zelenskiy e o presidente russo Vladimir Putin. Medinsky disse que ambas as partes concordaram em apresentar suas visões sobre um possível cessar-fogo futuro e detalhá-las, após o que considerariam apropriado continuar as negociações.

Apesar das declarações públicas de disposição para negociar, a Rússia continua avançando lentamente no leste da Ucrânia. Pouco antes do início da reunião em Istambul, a mídia ucraniana relatou alertas aéreos e explosões na cidade de Dnipro.

A Ucrânia rejeita as exigências russas de ceder território, abandonar suas aspirações de adesão à OTAN e tornar-se um país neutro, considerando-as equivalentes à capitulação. Kiev busca garantias de segurança futuras de potências mundiais, especialmente dos Estados Unidos.

Enquanto isso, soldados ucranianos na linha de frente expressam ceticismo em relação às negociações de paz. Roman, um comandante de artilharia de 26 anos em Donetsk, afirmou que sua unidade está focada em defender suas posições, enfrentando constantes ameaças de artilharia russa, e não tem esperança em um cessar-fogo próximo.

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