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Trump volta a citar o Brasil e diz que tarifas salvaram pecuaristas dos EUA

Declaração ocorre dias antes do encontro entre Lula e Trump na Malásia; governo brasileiro tenta reduzir sobretaxas sobre exportações nacionais

Donald Trump e Lula (Foto: Reuters | ABR)

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a mencionar o Brasil em uma publicação nesta quarta-feira (22) em sua rede Truth Social, afirmando que o bom desempenho recente dos pecuaristas norte-americanos se deve às tarifas impostas por seu governo sobre a carne importada, incluindo uma tarifa de 50% sobre o Brasil.

“Os pecuaristas, que eu amo, não entendem que a única razão pela qual estão indo tão bem, pela primeira vez em décadas, é porque impus tarifas sobre o gado que entra nos Estados Unidos, incluindo uma tarifa de 50% sobre o Brasil. Se não fosse por mim, estariam indo tão mal quanto nos últimos 20 anos — terrível! Seria bom se entendessem isso, mas também precisam baixar seus preços, porque o consumidor é um fator muito importante na minha maneira de pensar”, escreveu Trump.

A declaração ocorre dias antes do encontro previsto entre Trump e o presidente Lula (PT), que deve ocorrer no próximo domingo (26), em Kuala Lumpur, na Malásia, durante a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

O governo brasileiro encara o encontro como uma oportunidade para destravar impasses comerciais, especialmente em torno das sobretaxas aplicadas por Washington sobre produtos agropecuários brasileiros, entre eles carne bovina e etanol. Atualmente, as exportações de carne do Brasil aos Estados Unidos enfrentam tarifas de até 50%, adotadas durante a atual gestão republicana sob o argumento de proteger produtores locais.

Diplomacia em curso

Segundo fontes do Itamaraty, o clima entre os dois governos tem melhorado nas últimas semanas. O chanceler Mauro Vieira reuniu-se recentemente na Casa Branca com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em um encontro descrito como “amistoso e construtivo”.

Vieira afirmou que o Brasil busca uma relação de “parceria pragmática” com Washington, ressaltando que as tarifas afetam diretamente setores estratégicos da economia brasileira, sobretudo o agronegócio e a indústria alimentícia.

A reunião de Kuala Lumpur será apenas o segundo encontro pessoal entre Lula e Trump. O primeiro ocorreu brevemente durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, no mês passado.

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