Trump diz que o Hamas está pronto para a paz e que Israel deve interromper os ataques para libertar os reféns

247 - O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que a declaração do Hamas sobre estar pronto para uma paz duradoura significa que Israel deve interromper imediatamente os bombardeios na Faixa de Gaza para possibilitar a libertação dos reféns.

"Com base na declaração recém-divulgada pelo Hamas, acredito que eles estão prontos para uma paz duradoura. Israel deve parar imediatamente o bombardeio de Gaza, para que possamos retirar os reféns de forma segura e rápida! Neste momento, é muito perigoso fazer isso", disse Trump na Truth Social na sexta-feira.

"Já estamos em discussões sobre os detalhes a serem resolvidos. Não se trata apenas de Gaza, trata-se de uma paz há muito tempo buscada no Oriente Médio", complementou o presidente.

Plano de Trump

Na segunda-feira (29), o presidente dos EUA apresentou um plano de 20 pontos para encerrar o conflito em Gaza. A iniciativa prevê, entre outros pontos, a implementação imediata de um cessar-fogo e a libertação dos reféns no prazo de 72 horas. 

A proposta estabelece ainda que o Hamas e demais grupos abandonem qualquer forma de participação na administração de Gaza, seja de maneira direta ou indireta. Segundo o plano, o território passaria a ser administrado por um “comitê palestino de perfil técnico e sem vinculação política”, que seria supervisionado por um conselho internacional sob liderança de Trump.

Números

O grupo islâmico Hamas mantém mais de 40 pessoas reféns desde outubro de 2023, quando começou o genocídio em Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde local, mais de 66 mil palestinos morreram vítimas dos ataques israelenses. 

O genocídio cometido por Israel também faz o bloqueio de ajuda humanitária. Por consequência, dificulta o acesso da população a comida e a medicamentos. A ONU afirmou, em 22 de agosto, que mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão passando fome. Foi a primeira vez que a fome foi declarada no Oriente Médio. 

Uma das ações de Israel contra Gaza é a interceptação de flotilhas - barcos que levam ajuda ao território palestinos. Por conta dessas interceptações, mais de 400 pessoas estão sem paradeiro. 

Números divulgados pela organização global Oxfam mostraram que as operações militares israelenses intensificadas na Cidade de Gaza ameaçam deslocar à força quase um milhão de pessoas para as 'áreas humanitárias' superlotadas e mal equipadas.

Tribunais internacionais

A África do Sul levou Israel à Corte Internacional de Justiça, acusando-o de genocídio. No mesmo ano, em 2024, o Tribunal Penal Internacional expediu um mandado de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Mesmo diante dessas decisões, Tel Aviv intensificou sua ofensiva militar e passou a restringir severamente a entrada de ajuda humanitária destinada à população da Faixa de Gaza. Embora não esteja preso, Netanyahu enfrenta crescente isolamento diplomático, à medida que países como Reino Unido, Canadá, Austrália, Portugal, França, Bélgica e Mônaco reconheceram oficialmente o Estado da Palestina.