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Trump diz a Netanyahu que palestinos devem deixar Gaza, mas sem confrontos ou fatalidades

Trump se reuniu na Casa Branca com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, o primeiro líder mundial a visitá-lo durante seu segundo mandato.

O presidente dos EUA, Donald Trump, encontra-se com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no Salão Oval da Casa Branca em Washington, EUA, 4 de fevereiro de 2025 (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)
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(Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs o reassentamento permanente de palestinos da devastada Faixa de Gaza em países vizinhos, chamando o enclave de um "canteiro de demolição" nesta terça-feira, enquanto realizava conversas cruciais com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Trump reiterou seu apelo para que Jordânia, Egito e outros Estados árabes acolham os habitantes de Gaza, afirmando que os palestinos não tinham alternativa a não ser deixar a região costeira, que precisaria ser reconstruída após quase 16 meses de uma guerra devastadora entre Israel e os militantes do Hamas.

Desta vez, porém, Trump afirmou que apoiaria o reassentamento dos palestinos de forma "permanente", indo além de suas sugestões anteriores, que já haviam sido fortemente rejeitadas por líderes árabes.

Apenas duas semanas após iniciar seu segundo mandato, Trump recebeu Netanyahu na Casa Branca para discutir o futuro do frágil cessar-fogo em Gaza, estratégias para conter o Irã e a possibilidade de um novo impulso para um acordo de normalização entre Israel e Arábia Saudita.

"É um verdadeiro canteiro de demolição", disse Trump sobre Gaza, pouco antes da chegada de Netanyahu.

"Se pudermos encontrar o terreno certo, ou vários terrenos, e construir para eles alguns lugares realmente bons, com muito dinheiro na região, com certeza. Acho que isso seria muito melhor do que voltar para Gaza."

"Não sei como eles (palestinos) poderiam querer ficar", afirmou Trump ao ser questionado sobre a reação dos líderes palestinos e árabes à sua proposta.

Com Netanyahu ao seu lado no Salão Oval, Trump depois fez comentários semelhantes, mas sugeriu que os palestinos deveriam deixar Gaza para sempre e viver "em casas bonitas, onde possam ser felizes e não serem alvejados, não serem mortos".

A proposta de Trump ecoou os desejos da extrema-direita israelense e contradiz o compromisso do ex-presidente Joe Biden contra o deslocamento forçado em massa dos palestinos.

Alguns defensores dos direitos humanos compararam a proposta de reassentamento de Trump à limpeza étnica.

O alto funcionário do Hamas Sami Abu Zuhri condenou os apelos de Trump para que os habitantes de Gaza deixem a região, classificando-os como uma "expulsão de sua terra".

"Consideramos isso uma receita para gerar caos e tensão na região, porque o povo de Gaza não permitirá que tais planos avancem", afirmou.

Ao chegar à Casa Branca, Netanyahu foi recebido por Trump na entrada, e os dois líderes sorriram para as fotografias.

O encontro, o primeiro de Trump com um líder estrangeiro desde sua volta ao cargo em 20 de janeiro, foi planejado para demonstrar os laços estreitos entre o presidente e Netanyahu, após um período de relações tensas entre o primeiro-ministro israelense e Biden devido à condução da guerra em Gaza.

No entanto, Netanyahu também pode enfrentar pressão de um presidente americano às vezes imprevisível, cujos objetivos mais amplos para o Oriente Médio podem nem sempre se alinhar com os interesses domésticos e geopolíticos do premiê israelense.

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