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Trump cancela megaprojeto solar e amplia ofensiva contra energias renováveis

Esmeralda 7, empreendimento de 6,2 GW que abasteceria 2 milhões de casas, é descartado em meio à guinada do governo a favor dos combustíveis fósseis

Usina fotovoltaica (Foto: Reuters/Bruno Kelly)

247 - O governo dos Estados Unidos cancelou a aprovação do Esmeralda 7, um dos maiores projetos de energia solar do mundo, aprofundando o recuo da administração Trump nas políticas de transição energética. O empreendimento, com capacidade prevista de 6,2 gigawatts (GW) e potencial para abastecer quase 2 milhões de residências, foi formalmente descartado pelo Bureau of Land Management (BLM) — órgão responsável pela gestão de terras federais — na noite de quinta-feira (9).

O projeto, localizado no deserto de Nevada, a noroeste de Las Vegas, seria desenvolvido pela NextEra Energy, maior empresa de energia renovável dos EUA, em parceria com companhias como Arevia Power, ConnectGen e Invenergy. O complexo de sete parques solares integrados a sistemas de armazenamento ocuparia cerca de 62 mil acres (aproximadamente 250 km²).

De acordo com o Financial Times, o presidente Donald Trump classificou os grandes projetos solares e eólicos como um “golpe”, e vem se opondo publicamente à expansão da matriz renovável norte-americana.

Demanda crescente e riscos de apagão verde

A ofensiva contra as renováveis ocorre em um contexto de demanda energética recorde nos Estados Unidos, impulsionada pela expansão de data centers de inteligência artificial (IA), pela eletrificação de veículos e aparelhos domésticos e pelo crescimento industrial pós-pandemia.

A empresa NV Energy, principal concessionária do estado de Nevada, estima que a demanda total de energia nos EUA aumentará 34% até 2035 em relação a 2022 — o que exigiria forte ampliação da geração limpa para evitar desequilíbrios de oferta e alta nos preços da eletricidade.

Apesar de não confirmar oficialmente o cancelamento, o Departamento do Interior divulgou uma nota dizendo que houve um “acordo para mudar a abordagem do projeto”, permitindo que as empresas reapresentem propostas menores e individuais para análise de impacto ambiental.

Com informações do Financial Times e Sputnik Brasil

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