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Trump afirma que acordo nuclear com o Irã está próximo após negociações "muito sérias"

Presidente dos EUA evita tom beligerante e diz que Irã “mais ou menos” aceitou os termos

Presidente dos EUA, Donald Trump, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington - 09/05/2025 (Foto: REUTERS/Kent Nishimura)
José Reinaldo avatar
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247 - Em visita ao Golfo nesta quinta-feira (15), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que o país está "muito perto" de concluir um acordo nuclear com o Irã. A afirmação, feita durante um evento no Catar, foi publicada originalmente pela agência Reuters, que cobre os desdobramentos da retomada das negociações entre Washington e Teerã. Segundo Trump, os contatos diplomáticos seguem em ritmo avançado e podem evitar o pior: "Estamos em negociações muito sérias com o Irã para uma paz de longo prazo", afirmou.

Trump sinalizou que o diálogo pode levar a um desfecho pacífico sem necessidade de confrontos armados. “Estamos perto de talvez fechar um acordo sem ter que fazer isso... há duas etapas para fazer isso, há uma etapa muito, muito agradável e há uma etapa violenta, mas não quero fazer da segunda maneira”, disse o presidente, em referência à possibilidade de um confronto militar caso a diplomacia falhe.

A perspectiva de um entendimento entre os dois países provocou reação imediata no mercado internacional. Os preços do petróleo recuaram cerca de US$ 2 nesta quinta-feira, refletindo o otimismo em torno de um possível alívio nas sanções econômicas que pesam sobre o Irã, um dos maiores produtores mundiais da commodity.

Apesar do otimismo demonstrado por Trump, fontes iranianas ouvidas pela Reuters afirmam que ainda há lacunas importantes a serem superadas. Segundo uma autoridade de Teerã familiarizada com as negociações, as conversas ainda não resultaram em um consenso final. As delegações dos dois países concluíram uma nova rodada de discussões em Omã no último domingo e devem retomar os encontros em breve.

Durante essas conversas, segundo a agência Axios, os Estados Unidos apresentaram uma proposta concreta ao governo iraniano. Entretanto, um alto representante iraniano negou que Teerã tenha recebido qualquer nova oferta. Ele reiterou que o país "nunca abrirá mão de seu direito de enriquecer urânio em seu próprio solo", uma posição historicamente defendida pelo governo iraniano em todos os fóruns internacionais.

Em entrevista à rede NBC News, o conselheiro Ali Shamkhani afirmou que Teerã estaria disposto a aceitar um novo acordo com os EUA, desde que as sanções econômicas sejam levantadas. Segundo ele, o Irã se comprometeria a nunca fabricar armas nucleares, descartaria seus estoques de urânio altamente enriquecido e aceitaria limites rigorosos: "Estaríamos dispostos a enriquecer urânio apenas nos níveis mais baixos, necessários para uso civil, e permitiríamos a supervisão internacional do processo", declarou Shamkhani.

O principal impasse gira justamente em torno dessas “linhas vermelhas”, como apontam analistas internacionais. Washington exige garantias robustas de que o Irã não desenvolverá armas nucleares, enquanto Teerã insiste em manter seu programa nuclear pacífico e em preservar sua soberania tecnológica.

As negociações atuais representam mais um capítulo na longa e complexa relação entre os dois países. Desde que os EUA se retiraram do Acordo Nuclear de 2015 (JCPOA) durante o governo Trump, as tensões aumentaram significativamente, com sanções unilaterais dos EUA e avanços iranianos em seu programa de enriquecimento.

Apesar das dificuldades, tanto Teerã quanto Washington reconhecem a importância de uma solução diplomática para evitar a escalada do conflito. Um eventual acordo pode não apenas aliviar a pressão econômica sobre o Irã, mas também reduzir o risco de um novo foco de instabilidade no Oriente Médio.

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