Trabalhadores portuários franceses se recusam a carregar armas destinadas a Israel
Em solidariedade ao povo palestino, estivadores franceses rejeitam movimentar contêiner com peças de armamento para o exército agressor israelense
247 - Em um gesto de solidariedade à causa palestina, trabalhadores do porto de Marselha se recusaram, nesta quarta-feira (4), a carregar um contêiner com peças de reposição para fuzis de assalto destinados a Israel. A informação foi divulgada pela Prensa Latina com base em comunicado da Confederação Geral do Trabalho (CGT), uma das principais centrais sindicais da França.
De acordo com a CGT, os estivadores identificaram o material enquanto trabalhavam no carregamento de um navio com destino ao porto de Haifa, no norte de Israel. O conteúdo do contêiner, segundo o sindicato, era fornecido pela empresa Eurolinks e incluía dispositivos que possibilitam disparos em rajada — um componente usado em armamentos militares de alto poder destrutivo.
“Esses elementos metálicos servem ao exército israelense para continuar massacrando o povo palestino”, denunciou a CGT em nota pública. A organização reforçou seu posicionamento contrário ao envolvimento da França em operações que, segundo os sindicalistas, contribuem para a intensificação do conflito e da repressão no Oriente Médio.
O sindicato afirmou ainda que o porto de Marselha “não pode ser usado para servir ao exército israelense” e que os trabalhadores locais não estão dispostos a se tornar cúmplices de um “genocídio orquestrado pelo governo israelense”. A manifestação da CGT reflete um posicionamento ético e político cada vez mais presente em setores da classe trabalhadora europeia, que vêm exigindo uma atuação mais ativa dos governos e instituições ocidentais em defesa do direito internacional e dos direitos humanos.
“Defendemos a paz entre os povos e condenamos os conflitos armados que causam morte, miséria e o deslocamento de pessoas”, completou a entidade.
O ato de resistência dos portuários ocorre em um contexto de crescente tensão no território palestino. Israel mantém a ocupação da Cisjordânia, onde conduz ataques frequentes e prisões sistemáticas, além de realizar, desde outubro de 2023, uma ofensiva militar de larga escala contra a Faixa de Gaza.
A decisão dos trabalhadores franceses soma-se a uma série de protestos e boicotes internacionais contra o envio de armamentos a Israel, especialmente diante das denúncias de violações de direitos humanos cometidas por suas forças militares. Organizações da sociedade civil e movimentos populares têm pressionado por embargos de armas, apuração de crimes de guerra e responsabilização internacional do governo de Tel Aviv.
A CGT é historicamente conhecida por sua postura combativa em defesa da classe trabalhadora e por seu engajamento em causas internacionais. Com essa ação, o sindicato reafirma seu compromisso com os princípios de paz, autodeterminação dos povos e justiça global — bandeiras que ressoam com crescente força entre os setores progressistas da Europa.
Ao recusar-se a carregar armas com destino a Israel, os trabalhadores do porto de Marselha lançam uma mensagem clara ao governo francês e à comunidade internacional: é preciso interromper o apoio logístico e militar a regimes que violam o direito internacional e promovem a opressão de povos inteiros.
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