Teerã estuda a possibilidade de fechar o Estreito de Ormuz em resposta aos ataques israelenses

247 - Reagindo aos ataques israelenses contra o Irã, o parlamentar iraniano Esmaeil Kowsari afirmou que o país está considerando bloquear o Estreito de Ormuz, informou a agência RIA Novosti neste sábado (14).

A rota do Golfo Pérsico é crucial para o abastecimento de petróleo nos mercados mundiais. Por lá, passam mais de 17 milhões de barris de petróleo por dia, conferindo poder estratégico ao Irã em meio aos ataques de Israel contra o país. 

Mercados em turbulência - Os preços do petróleo bruto dispararam dois dígitos nas primeiras negociações de sexta-feira (13). Alguns analistas de mercado expressaram temor de que uma escalada do conflito possa levar ao fechamento do Estreito de Ormuz, interrompendo o fornecimento global de petróleo e mergulhando o mundo em uma crise.

Em nota publicada na quinta-feira (12), na véspera do ataque de Israel, o JPMorgan alertou que os preços do petróleo poderiam quase dobrar, chegando a US$ 130 por barril, caso os milhões de barris de petróleo bruto que passam pelo Estreito de Ormuz deixem de circular.

“Isso seria um problema para os consumidores – especialmente os americanos”, afirma o Financial Times, destacando que os baixos preços do petróleo são o único fator sustentando a economia dos Estados Unidos contra uma nova onda inflacionária.

Sem contar o fato de que o presidente daquele país, Donald Trump, fez da energia barata um dos pilares centrais de sua plataforma econômica. Se as tensões levarem ao fechamento do Estreito de Ormuz, os EUA entrariam em uma recessão em larga escala, e os sonhos de Trump de uma renascença industrial desmoronariam como um castelo de cartas.

As bolsas globais despencaram na sexta-feira em resposta aos acontecimentos, enquanto o ouro–tradicional refúgio em tempos de crise– caminha para superar seu recorde histórico de US$ 3.500 por onça.