TV 247 logo
      HOME > Mundo

      Soldados israelenses são presos na Bélgica por acusações de crimes de guerra em Gaza

      Detenção ocorreu durante festival de música e marca a primeira ação formal contra militares de Israel por crimes cometidos na Faixa de Gaza

      Exército de Israel (Foto: Reuters)
      Otávio Rosso avatar
      Conteúdo postado por:

      247 - Dois soldados israelenses foram detidos e interrogados pela polícia federal da Bélgica no último fim de semana, sob acusações críveis de envolvimento em crimes de guerra na Faixa de Gaza. As informações são do The Cradle.

      Esta é a primeira vez que cidadãos israelenses suspeitos de crimes cometidos durante as operações militares em Gaza são formalmente presos e interrogados fora de Israel. A prisão aconteceu na cidade de Boom, durante o festival de música eletrônica Tomorrowland. Segundo a Fundação Hind Rajab (HRF), os soldados foram identificados e detidos após a fundação, em parceria com a Rede Global de Ação Legal (GLAN), protocolar uma queixa urgente na Justiça belga.

      “Após serem detidos, eles foram formalmente interrogados e liberados. O Ministério Público Federal da Bélgica confirmou que uma investigação criminal está em andamento”, informou a HRF em nota oficial.

      A fundação considera a decisão das autoridades belgas um marco jurídico significativo. “Isso indica que a Bélgica reconheceu sua jurisdição sob o direito internacional e está tratando as acusações com a seriedade que elas merecem”, destacou a entidade.

      A HRF vem coordenando uma ofensiva judicial internacional com o objetivo de responsabilizar soldados israelenses por ações classificadas como crimes de guerra. A iniciativa tem impactado diretamente a mobilidade desses militares, que passaram a evitar viagens ao exterior com receio de prisões similares.

      Em janeiro deste ano, outro episódio envolvendo a HRF teve repercussão no Brasil. O reservista israelense Yuval Vagdani teve que deixar o país às pressas depois que a fundação convenceu um juiz federal brasileiro a autorizar a abertura de uma investigação sobre seu envolvimento na demolição de residências civis em Gaza.

      A fundação leva o nome de Hind Rajab, uma menina palestina de seis anos assassinada em janeiro de 2024, quando um tanque israelense abriu fogo contra o carro onde ela estava com familiares, na Cidade de Gaza. Eles fugiam de casa após ordens de evacuação emitidas pelo Exército de Israel.

      Os corpos das vítimas só foram encontrados doze dias depois. Uma investigação conduzida pelo grupo Forensic Architecture revelou que o carro, um Kia Sedan, apresentava 335 perfurações por projéteis. A apuração foi realizada em parceria com o projeto Earshot e com jornalistas do programa Fault Lines, da Al Jazeera.

      O mesmo relatório apontou que dois socorristas da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS), que tentaram resgatar Hind, também foram mortos por disparos de tanques israelenses.

      A morte da menina gerou comoção internacional após a PRCS divulgar a gravação de uma chamada de emergência feita por sua prima, Layan Hamadeh, de 15 anos. No áudio, Layan relata em pânico.“Eles estão atirando na gente. O tanque está ao meu lado. [Estamos escondidos] no carro. Estamos ao lado do tanque.”

      A ligação é interrompida abruptamente cerca de vinte segundos depois, após Layan gritar desesperadamente. Ao todo, 64 tiros são ouvidos em apenas seis segundos de gravação.

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      Rumo ao tri: Brasil 247 concorre ao Prêmio iBest 2025 e jornalistas da equipe também disputam categorias

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

      Cortes 247

      Relacionados

      Carregando anúncios...
      Carregando anúncios...