Rússia e China firmam acordo para construção do gasoduto 'Power of Siberia 2'
Projeto de 2.600 km atravessa a Mongólia e amplia o fornecimento de gás russo para o gigante asiático
Por Bianca Penteado, de Pequim – A Gazprom, gigante russa do setor de gás natural, anunciou na terça-feira (2) a assinatura de um memorando juridicamente vinculativo com a China National Petroleum Corporation (CNPC) para a construção do gasoduto "Power of Siberia 2". Com uma extensão de 2.600 quilômetros, o projeto visa o transporte de gás natural da Rússia para a China, passando pela Mongólia.
O acordo foi oficializado em uma cerimônia que contou com a presença dos presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, da China. Entre os quatro documentos assinados na ocasião, está o Acordo de Cooperação Estratégica, com o objetivo de expandir a colaboração entre as empresas envolvidas.
Alexey Miller, CEO da Gazprom, detalhou à imprensa que, com a conclusão do projeto, a Rússia poderá enviar até 50 bilhões de metros cúbicos de gás natural para a China anualmente, durante um período de 30 anos.
“Hoje, um passo muito importante foi dado para fortalecer ainda mais e desenvolver nossa parceria estratégica, aumentar o fornecimento confiável de energia limpa, gás natural, para a China, e atender à demanda da economia em rápido crescimento da China por esse tipo de combustível”, disse Miller.
O fornecimento de gás russo ao país, através do gasoduto "Power of Siberia", entrou em operação em 2019 e, desde 2020, superou o volume anual das obrigações contratuais da Gazprom. A empresa informou que, em maio de 2025, o total de gás fornecido à China através dessa rota já havia ultrapassado 100 bilhões de metros cúbicos.
Miller também enfatizou que, apesar do acordo central já ter sido firmado, ainda há etapas a serem concluídas antes da concretização do projeto. Uma das pendências é a definição do preço do gás a ser transportado pelo novo gasoduto. "Esclarecimento dos volumes de financiamento, essas são questões que dizem respeito aos termos comerciais das entregas, todas serão resolvidas no prazo atual", assegurou.