Ruanda está em negociações para receber migrantes deportados dos EUA, diz ministro das Relações Exteriores
Olivier Nduhungirehe afirmou que as conversas com o governo norte-americano ainda estão em fase preliminar
Reuters - O ministro das Relações Exteriores de Ruanda, Olivier Nduhungirehe, afirmou na noite deste domingo (5) que o país está nos estágios iniciais de negociações para receber imigrantes deportados pelos Estados Unidos. A declaração foi feita em entrevista à emissora estatal Rwanda TV.
Nos últimos anos, Ruanda tem se apresentado como destino para migrantes que países ocidentais buscam remover de seus territórios, apesar das críticas de organizações de direitos humanos, que apontam violações de direitos fundamentais por parte do governo de Kigali.
Em 2022, Ruanda firmou um acordo com o Reino Unido para acolher milhares de solicitantes de asilo vindos da Grã-Bretanha. No entanto, o pacto foi encerrado no ano passado pelo então recém-eleito primeiro-ministro Keir Starmer.
“Estamos em conversas com os Estados Unidos”, afirmou Nduhungirehe. “Ainda não chegou a um ponto em que possamos dizer exatamente como as coisas irão se desenrolar, mas as discussões continuam... ainda estão nos estágios iniciais.”
Após iniciar seu segundo mandato presidencial em janeiro, Donald Trump impôs uma série de medidas rigorosas contra a imigração e tentou suspender o programa de reassentamento de refugiados dos Estados Unidos. Sua administração tem atuado de forma agressiva para deportar imigrantes em situação irregular e outros não cidadãos.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) alertou para o risco de que migrantes enviados a Ruanda possam ser devolvidos aos países de onde fugiram. Kigali nega as acusações e chegou a acusar o ACNUR de mentir.No mês passado, os Estados Unidos deportaram para Ruanda um refugiado iraquiano reassentado no país, acusado pelo governo do Iraque de envolvimento com o grupo Estado Islâmico. A informação foi confirmada por um funcionário do governo norte-americano e um e-mail interno.
Já em abril, a Suprema Corte dos EUA suspendeu temporariamente uma tentativa da administração Trump de deportar um grupo de migrantes venezuelanos, acusados de ligação com gangues, com base em uma legislação de tempos de guerra raramente utilizada.
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