Porta-aviões chinês Shandong repele aeronaves estrangeiras durante exercício militar marítimo
Com apoio de caças J-15, Marinha chinesa demonstra prontidão de combate e afasta ameaças em missão recente
247 - Durante uma recente missão de treinamento de combate em águas internacionais, o porta-aviões Shandong, da Marinha do Exército de Libertação Popular (ELP) da China, lançou caças J-15 e conseguiu repelir aeronaves estrangeiras que tentavam realizar ações de reconhecimento de proximidade. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (18) pelo jornal Global Times.
Segundo a reportagem, em meio à operação em “mares longínquos”, aeronaves estrangeiras foram detectadas em manobra de aproximação com objetivo de vigilância. Em resposta imediata, os oficiais do esquadrão de decolagem e pouso do Shandong acionaram os caças a jato em velocidade máxima, o que teria forçado a retirada das aeronaves adversárias.
Um oficial da Marinha chinesa, que participou diretamente da operação, destacou a precisão necessária nesse tipo de missão: "Cada etapa do nosso processo de apoio exige precisão de frações de segundo e exatidão impecável. Só assim poderemos garantir que nossos caças estejam armados e no ar no menor tempo possível!"
Ainda de acordo com a Marinha do ELP, o episódio ocorreu no contexto de uma operação conjunta envolvendo dois porta-aviões. Durante a ação, um caça J-15 foi lançado sob apoio técnico imediato para interceptar uma aeronave militar estrangeira que teria tentado simular um ataque a curta distância. Ao se deparar com a reação chinesa, a aeronave estrangeira recuou.
O canal militar de TV relatou que tanto navios quanto aeronaves de outros países realizaram múltiplas ações de reconhecimento e rastreamento ao longo do exercício. Em um desses episódios, ocorrido à noite, o esquadrão chinês realizou com sucesso o lançamento de caças a partir do porta-aviões, demonstrando capacidade operacional em qualquer condição. Um tripulante declarou: "Mantemos capacidade de resposta em todas as condições climáticas. Independentemente das circunstâncias, se ousarem se aproximar, temos a capacidade de lançar aeronaves e responder."
O especialista militar Zhang Junshe avaliou a operação como um indicativo do elevado nível de prontidão da Marinha chinesa. Em entrevista ao Global Times, ele afirmou que “a rápida capacidade de lançamento e resposta dos caças do Shandong contra alvos aéreos não identificados demonstra a robusta prontidão de combate e a proficiência em resposta a emergências do grupo de porta-aviões”. Zhang destacou ainda que a operação confirma a integração eficiente entre navio, aeronaves e pessoal de bordo, algo essencial para missões de guerra marítima e ações de contingência.
Segundo Zhang, as manobras também demonstram que o Shandong e sua ala aérea estão aptos para operações em todas as condições meteorológicas, incluindo missões noturnas e em clima adverso. “Isso reflete melhorias substanciais nos sistemas de reconhecimento, alerta antecipado, comando e controle do grupo de porta-aviões, bem como na capacidade de combate de emergência”, observou.
Com o sucesso da missão e a resposta rápida a ameaças em mar aberto, a Marinha do ELP reforça seu discurso de defesa nacional e proteção de suas zonas de interesse estratégico. Para analistas chineses, trata-se também de uma mensagem clara de que as Forças Armadas estão prontas para lidar com pressões externas, em um momento de tensões geopolíticas crescentes.
A atuação do Shandong se insere em um movimento mais amplo de modernização da Marinha chinesa, que vem consolidando sua capacidade de projeção em alto-mar. Este é um dos pilares da doutrina naval da China, que busca garantir sua soberania e dissuadir interferências em suas áreas de influência, como o Mar do Sul da China e o Estreito de Taiwan.
Com isso, Pequim sinaliza não apenas sua crescente capacidade militar, mas também sua disposição em defender seus interesses estratégicos diante de qualquer tentativa de contenção por potências externas.