Polêmico, Trump diz que o 'mundo são os Estados Unidos'
O chefe da Casa Branca fez o comentário ao falar sobre a guerra comercial lançada contra vários países
247 - O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (10) que "o mundo é a América". O chefe da Casa Branca fez o comentário ao falar sobre a guerra comercial lançada contra vários países.
"A China está pagando tarifas aos Estados Unidos, e não o contrário, como sempre foi. Ninguém consegue acreditar nesses acordos. Mas quando alguém diz que está 'dedicando tempo ao mundo', bem, o mundo são os Estados Unidos. [...] O mundo já estava nos explorando antes mesmo de eu chegar aqui", disse, conforme relato da agência RT.
De acordo com o presidente, "a Europa estava recebendo tarifas altíssimas" e exportando para os Estados Unidos entre 9 e 10 milhões de carros por ano, enquanto os EUA não exportavam nenhum carro para o continente europeu.
"Era muito injusto. Agora temos um acordo pelo qual US$ 950 bilhões entram nos Estados Unidos graças a mim e às tarifas", afirmou. "É fácil dizer: 'Não se preocupem com o mundo', mas o mundo está se tornando nosso maior cliente. O mundo estava em chamas. E poderíamos ter acabado nesse incêndio muito facilmente se não tivéssemos um presidente que soubesse o que estava fazendo".
Cenário global
Com suas declarações polêmicas, Donald Trump defendeu o unilateralismo dos EUA para manter a hegemonia norte-americana na política global.
No cenário atual, o BRICS, por exemplo, é uma das principais frentes de resistência à economia unilateralista dos EUA. O grupo defende a adoção de uma moeda comum entre os países da aliança para reduzir a dependência do dólar nas transações internacionais.
O multilateralismo é um dos princípios do BRICS. Maior economia do grupo, a China estreitou relações com a América Latina e, gradualmente, o eixo econômico de maior força global está se deslocando para o continente asiático.
EUA x China
Em 30 de outubro, Trump e o presidente da China, Xi Jinping, selaram um acordo comercial para diminuir a tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo.
De acordo com o presidente norte-americano, as taxas sobre produtos chineses reduziram de 57% para 47%. Em troca, Pequim deve manter o fluxo de exportação de terras raras, retomar a compra de soja americana e combater o comércio ilícito de fentanil.
No último dia 4, o presidente Donald Trump assinou um decreto que reduziu de 20% para 10% as tarifas adicionais sobre produtos chineses.
No dia seguinte, a China afirmou que prolongará por um ano a suspensão da tarifa adicional de 24% que havia imposto sobre produtos americanos. Com a iniciativa, o país asiático manteve em 10% a taxa geral de importação.


