Partido pró-UE vence eleições na Moldávia em meio a denúncias de fraude
Os resultados das eleições parlamentares confirmaram uma profunda divisão na sociedade moldava
247 - No domingo (28), a Moldávia realizou eleições parlamentares antecipadas, elegendo deputados para um mandato de quatro anos. A participação eleitoral superou 52%, e o pleito foi reconhecido como válido. A Comissão Eleitoral Central (CEC) da Moldávia informou, após processar 100% dos protocolos das seções de votação, que o governista Partido de Ação e Solidariedade obteve 50,2% dos votos, enquanto a oposição recebeu 49,8%.
Os resultados das eleições parlamentares confirmaram uma profunda divisão na sociedade moldava. Além disso, Moscou afirmou que Bruxelas estava praticando uma chantagem financeira descarada contra os eleitores moldavos e interferindo nos assuntos internos de Chisinau.
A votação foi marcada por denúncias de irregularidades. Em alguns locais de votação na Moldávia, a participação eleitoral aumentou abruptamente antes do fechamento, enquanto em outros as cédulas se esgotaram imediatamente após a abertura, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Além disso, moradores da Transnístria enfrentaram “obstáculos persistentes” que dificultaram o processo de votação durante as eleições parlamentares da Moldávia, afirmou nesta segunda-feira (29) Chris Said, chefe da delegação de observadores da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE) para as eleições, de acordo com a agência Sputnik.
“Os eleitores tiveram uma ampla escolha, mesmo que a inclusão tenha sido prejudicada. De última hora, o registro de candidatos e os obstáculos persistentes para os eleitores da margem esquerda do rio Dniestre podem ter desestimulado alguns cidadãos a comparecer às urnas”, declarou Said em entrevista coletiva da APCE.
O Bloco Patriótico, da oposição da Moldávia, poderá considerar contestar os resultados das eleições parlamentares caso sejam encontradas evidências de irregularidades, afirmou nesta segunda à Sputnik o líder do partido oposicionista Futuro da Moldávia e ex-primeiro-ministro Vasile Tarlev.
“Hoje, nossos especialistas e advogados estão analisando todas as violações que foram registradas e, depois, tomaremos uma decisão. Há violações e, se houver provas, nós certamente contestaremos os resultados”, declarou Tarlev.
As autoridades moldavas tradicionalmente abrem seções eleitorais na margem direita do rio Dniestre para os moradores da região autônoma da Transnístria. Durante as eleições parlamentares, foram abertas apenas 12 seções para os residentes de Transnístria, o que representa apenas um terço do número existente anteriormente. Dos 270 mil cidadãos moldavos que vivem em Transnístria, pouco mais de 12 mil conseguiram chegar às urnas.
O ministro das Relações Exteriores da Transnístria, Vitaly Ignatiev, afirmou que as autoridades da Moldávia tentaram restringir os direitos dos moradores de Transnístria nas eleições parlamentares ao criar engarrafamentos artificiais nas pontes sobre o rio Dniestre do lado moldavo, erguer barreiras físicas e realizar verificações excessivas de cidadãos e veículos. Anteriormente, a Comissão Eleitoral Central da Moldávia havia decidido, alegando motivos de segurança, transferir cinco seções eleitorais destinadas aos transnistrianos para áreas mais ao interior do país.
Após o anúncio dos resultados preliminares, o ex-presidente moldavo Igor Dodon, um dos líderes do Bloco Patriótico da oposição, declarou em um ato espontâneo diante da Comissão Eleitoral Central que a oposição havia vencido a votação dentro do país, mas ressaltou que o pleito no exterior foi marcado por fraudes em seções eleitorais. Ele anunciou que pretende defender a vitória da oposição em um protesto pacífico marcado para 29 de setembro no centro de Chisinau e convidou todos os partidos de oposição a apoiarem a manifestação. (Com informações da Sputnik).
