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Parlamento iraniano aprova moção para suspender cooperação com a AIEA

Deputados acusam relatório de parcialidade e exigem segurança nas usinas. Qalibaf diz que programa nuclear pacífico “avançará mais rápido”

Usina nuclear iraniana em Fordow (Foto: Reuters)

247 - O Parlamento do Irã aprovou nesta quarta-feira (25) uma moção que autoriza a análise de um projeto de lei determinando a suspensão da cooperação do governo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A informação foi publicada originalmente pela Tasnim News Agency, uma agência de notícias semioficial do Irã, vinculada à Guarda Revolucionária Islâmica. 

O texto recebeu apoio unânime dos deputados durante sessão plenária e tem como base um relatório da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa. Para os proponentes, a iniciativa é uma resposta “proporcional” ao que chamam de “relatório tendencioso” do diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, documento que teria pavimentado o caminho para uma resolução que “encorajou o regime israelense a iniciar uma guerra de agressão contra o Irã” e motivou os Estados Unidos a bombardear três instalações nucleares localizadas em Isfahan, Fordow e Natanz.

O presidente do Parlamento, Mohammad Baqer Qalibaf, atacou a postura da agência da ONU e lamentou a ausência de uma condenação formal, “nem sequer verbal”, aos ataques contra as instalações iranianas. Segundo ele, a AIEA “arruinou sua credibilidade internacional” ao se silenciar diante das agressões.

Qalibaf afirmou ainda que a Organização de Energia Atômica do Irã interromperá toda colaboração com a AIEA “até que a segurança das instalações nucleares do país esteja garantida”. Para o parlamentar, a paralisação não atrasará os planos de Teerã: “o programa nuclear pacífico do Irã avançará mais rapidamente”, declarou.

O projeto agora segue para debate aprofundado na mesma comissão que redigiu o parecer. Caso seja aprovado em caráter final, obrigará o Executivo iraniano a restringir o acesso dos inspetores internacionais, medida que deve ampliar tensões entre Teerã e as potências signatárias do acordo nuclear de 2015.

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