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      Microsoft demite funcionários que protestaram contra laços com Israel

      Dois empregados foram despedidos após ocupação no escritório de Brad Smith, presidente da empresa

      Logotipo da Microsoft nos escritórios em Issy-les-Moulineaux, perto de Paris, França (Foto: Reuters/Gonzalo Fuentes)
      Luis Mauro Filho avatar
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      247 - A Microsoft demitiu dois de seus funcionários na última quarta-feira, 27, após eles participarem de um protesto contra os vínculos da companhia com Israel, em meio à intensificação do conflito em Gaza. Segundo informações da própria empresa, a decisão ocorreu devido a “graves violações das políticas da empresa e de seu código de conduta”, que se referem à "invasão dos escritórios executivos". Anna Hattle e Riki Fameli foram informados da demissão através de mensagens de voz, de acordo com um comunicado do grupo de protesto No Azure for Apartheid, que organizou a ação.

      Os dois manifestantes, junto com outros cinco participantes, foram presos na terça-feira, 26, após ocuparem o escritório do presidente da Microsoft, Brad Smith. Hattle, uma das demitidas, declarou em nota: “Estamos aqui porque a Microsoft continua a fornecer a Israel as ferramentas de que precisa para cometer genocídio, enquanto manipula e desvia seus próprios funcionários sobre essa realidade”. O grupo exigiu que a gigante da tecnologia cortasse seus laços com Israel e pagasse reparações aos palestinos.

      A Microsoft tem sido alvo de críticas devido ao uso de seu software, especialmente o Azure, por parte de agências de segurança israelenses. Uma investigação conduzida pelo The Guardian, pela publicação israelense-palestina +972 Magazine e pelo site hebraico Local Call revelou que uma agência de vigilância militar de Israel utilizava a plataforma da Microsoft para armazenar gravações de chamadas telefônicas de palestinos na Cisjordânia e em Gaza, territórios ocupados por Israel. Em resposta, a empresa afirmou que contratou o escritório de advocacia Covington & Burling para conduzir uma investigação interna sobre o uso do Azure.

      Brad Smith, presidente da Microsoft, comentou sobre a liberdade de expressão em relação ao protesto: “Respeitamos a liberdade de expressão de todos neste país, desde que o façam de maneira legal”. A postura da Microsoft gerou reações tanto internas quanto externas. 

      Em abril deste ano, durante a celebração do 50º aniversário da empresa, protestos semelhantes interromperam uma palestra do diretor-presidente de IA da Microsoft, Mustafa Suleyman, devido aos vínculos da companhia com Israel. Outros funcionários também foram demitidos após protestos semelhantes, incluindo um incidente onde funcionários interromperam o evento com manifestações pró-Palestina.

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