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Lula terá agenda intensa na 80ª Assembleia Geral da ONU

Presidente brasileiro discursará na abertura e participará de debates sobre democracia, clima e questão palestina

Lula (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará de uma série de compromissos estratégicos durante a 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, entre os dias 22 e 24 de setembro de 2025. As informações foram divulgadas pelo portal oficial do Planalto. O Brasil, seguindo a tradição desde 1955, será novamente o primeiro Estado-membro a discursar na abertura do Debate Geral.

De acordo com o Planalto, Lula fará sua intervenção no dia 23, logo após os pronunciamentos do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da presidente da Assembleia, Annalena Baerbock. A fala do presidente brasileiro é vista como oportunidade-chave para expor as prioridades da política externa do país no cenário internacional.

Questão palestina em destaque

No dia 22, Lula participará da Conferência Internacional de Alto Nível para a Resolução Pacífica da Questão Palestina, convocada por França e Arábia Saudita. O Itamaraty enfatizou a expectativa de que o encontro fortaleça o reconhecimento internacional do Estado Palestino.

 “O Brasil espera que a conferência sirva de oportunidade para que mais Estados reconheçam o Estado Palestino, juntando-se aos mais de 147 países que já o fizeram. Na perspectiva brasileira, a paz sustentável só pode ser alcançada na região se ambas as partes puderem negociar em igualdade de condições, o que inclui a capacidade estatal da Palestina”, afirmou Marcelo Marotta Viegas, diretor do Departamento de Organismos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores.

Defesa da democracia e multilateralismo

No dia 24, Lula será copresidente, ao lado do chileno Gabriel Boric e do espanhol Pedro Sánchez, do evento “Em Defesa da Democracia”, que reunirá líderes globais para debater o fortalecimento do multilateralismo e do Estado de Direito.

 “O objetivo é avançar uma diplomacia democrática ativa, que promova a cooperação internacional contra a deterioração das instituições, a desinformação, o discurso de ódio e a desigualdade social crescente”, destacou Viegas.

Clima e preparação para a COP30

Outro ponto central da agenda será a participação de Lula no encontro de alto nível sobre ação climática, em 23 de setembro, ao lado de António Guterres. O evento buscará impulsionar compromissos internacionais com novas metas de redução de emissões rumo à COP30, marcada para novembro em Belém (PA).

O Brasil pretende destacar o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa inovadora de financiamento para conservação das florestas. Segundo Mário Gustavo Mottin, chefe da Divisão de Ação Climática do Itamaraty, a proposta é o “carro-chefe” da diplomacia ambiental brasileira na COP30.

 “Estamos celebrando os 30 anos da Convenção do Clima, lançada no Rio em 1992, e os 10 anos do Acordo de Paris. Mas o mundo enfrenta desafios geopolíticos significativos, com crescente ceticismo sobre a capacidade do multilateralismo de gerar respostas conjuntas. A mudança do clima não está excluída desse contexto”, disse Mottin.

Relevância histórica da sessão

A 80ª Assembleia Geral da ONU tem como tema “Melhor Juntos: 80 Anos e mais para paz, desenvolvimento e direitos humanos”, em alusão às oito décadas da organização. Criada em 1945, a ONU surgiu após a Segunda Guerra Mundial como pacto internacional pela paz e pela cooperação multilateral.

Além do discurso de abertura e da participação nos eventos principais, a delegação brasileira — chefiada pelo chanceler Mauro Vieira — deve se engajar em reuniões sobre reforma do Conselho de Segurança da ONU, segurança alimentar, desenvolvimento sustentável e fortalecimento da paz global.

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