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      Lula pode conversar com Trump "se houver circunstância", diz Mauro Vieira

      Ministro das Relações Exteriores afirma que diálogo com os EUA está ativo e que negociações comerciais são exclusividade do governo federal

      Chanceler brasileiro, Mauro Vieira 28/04/2025 (Foto: Mauro Pimentel/Pool via REUTERS)
      Otávio Rosso avatar
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      247 -  O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quinta-feira (17), em entrevista à CNN Brasil, que um eventual diálogo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dependerá do contexto político e diplomático. “O presidente Lula fala com todos os chefes de Estado e de governo, sempre manteve excelente relação, nos seus dois primeiros mandatos, com os chefes de Estado do governo americano. Eu tenho certeza de que, se for dada a circunstância, eles se falarão”, afirmou o chanceler.

      Lula e Trump, embora liderem atualmente os dois maiores países do continente americano, nunca se encontraram como chefes de Estado. Trump reassumiu a presidência dos EUA em janeiro deste ano, após vencer as eleições de 2024 contra a democrata Kamala Harris, candidata apoiada publicamente por Lula. O presidente brasileiro não compareceu à cerimônia de posse do republicano, mas destacou nas redes sociais que “as relações entre o Brasil e os EUA são marcadas por uma trajetória de cooperação, fundamentada no respeito mútuo e em uma amizade histórica”.

      Apesar da ausência de encontros entre os dois presidentes, Mauro Vieira negou qualquer rompimento ou falta de diálogo entre os governos. “É uma falácia dizer que os países não se falam, não se encontram. Quer dizer, não houve encontros presidenciais, mas não houve porque não houve ocasião também”, reforçou.

      O chanceler revelou que o governo brasileiro enviou, em 16 de maio, uma carta confidencial com propostas aos Estados Unidos e que ainda aguarda resposta. A correspondência foi anterior ao anúncio da nova tarifa de 50% imposta por Trump a produtos brasileiros, que entra em vigor em 1º de agosto. “Estamos prontos para negociar e conversar, mas estamos esperando a resposta”, declarou Vieira.

      Em meio à tensão comercial, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, também nesta quinta-feira, que poderia intermediar conversas com Trump sobre o chamado “tarifaço”, caso receba uma autorização do governo Lula e tenha seu passaporte devolvido — o documento está retido desde fevereiro de 2024 por decisão judicial. A fala foi rebatida por Vieira: “As negociações desse tema são feitas pelo governo federal, única e exclusivamente, e não vão ser feitas por pessoas que têm interesses específicos no tema”.

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