Lula aposta em tom direto e descontraído em encontro com Trump
Reunião entre Lula e o presidente dos EUA deve ocorrer na Malásia durante cúpula da Asean, com foco em diplomacia e relações comerciais
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja adotar uma postura franca, direta e descontraída no encontro que terá com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcado para este domingo (26), na Malásia. A reunião bilateral acontecerá durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
De acordo com informações da CNN Brasil, a expectativa é que a reunião ocorra no fim da tarde, no horário local de Kuala Lumpur, o que corresponde ao período da manhã em Brasília. O formato preferido pelo governo brasileiro é que Lula e Trump conversem a sós inicialmente, para só depois ampliarem o diálogo com a presença das equipes presidenciais. No entanto, o modelo do encontro ainda está em negociação entre os dois países.
Preparativos e formato da reunião
Se houver a inclusão de auxiliares na audiência, o Brasil deverá ser representado pelos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura) e pelo assessor-chefe adjunto da assessoria internacional, Audo Faleiro. A proposta brasileira é de que qualquer tema possa ser tratado na conversa, com exceção de assuntos relacionados à soberania nacional.
Além disso, Lula deve se colocar à disposição para atuar como mediador em eventuais diálogos entre Estados Unidos e Venezuela. O presidente brasileiro também pretende oferecer apoio em negociações envolvendo a Colômbia, caso haja interesse das partes.
Estilo diplomático de Lula
A decisão de manter uma abordagem mais espontânea tem como base as experiências anteriores de Lula com Trump. O presidente avaliou que o estilo “aberto e espontâneo” adotado em Nova York, durante um breve encontro, e posteriormente em uma ligação telefônica, teve efeito positivo. Por isso, pretende repetir a fórmula.
Auxiliares do governo afirmam que Lula se sente mais confortável em negociações quando adota esse tom descontraído. Em contraste, no encontro com o presidente da Argentina, Javier Milei, durante o G20 do ano passado, Lula optou por uma postura fria, o que resultou em uma reunião tensa — um estilo que, segundo fontes, não agrada ao petista.
Objetivo estratégico
Com o encontro, Lula espera consolidar o processo de “descontaminação política” das relações entre Brasil e Estados Unidos, abrindo caminho para negociações voltadas ao comércio e à suspensão de sanções impostas a autoridades brasileiras.


