Israel viola acordo e retoma ataques a Gaza, que registra quase 90 palestinos mortos desde cessar-fogo
Novos ataques israelenses ocorrem apesar de um contexto de maior pressão de Trump sobre Netanyahu
247 - Militares de Israel violaram novamente o cessar-fogo na Faixa de Gaza e informaram, neste sábado (25), que realizaram um ataque na região de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza. As forças sionistas alegam que o ataque "de precisão" teve como alvo um militante do movimento de resistência palestino Jihad Islâmica, que supostamente planejava realizar uma ofensiva "iminente" contra as forças ocupantes. A informação foi divulgada pela agência Sputnik, que citou um comunicado oficial de Israel publicado na plataforma de mensagens Telegram.
Enquanto isso, facções políticas palestinas concordaram em continuar implementando o cessar-fogo em Gaza, informou a emissora Al Jazeera na sexta-feira (24).
As novas violações cometidas por Israel do acordo de cessar-fogo, liderado pelos Estados Unidos, seu principal aliado, elevaram o número de mortos no enclave, desde a assinatura do plano do governo de Donald Trump.
Ao menos oitenta e nove pessoas foram mortas e 317 ficaram feridas desde que o cessar-fogo foi declarado em Gaza em 11 de outubro, informou na quinta-feira (23) a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nesse contexto, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a crise em Gaza está longe de terminar e que as necessidades da população continuam enormes.
O plano de paz de 20 pontos proposto pelo presidente dos EUA foi apresentado em 29 de setembro. O documento previa um cessar-fogo imediato, condicionado à libertação dos prisioneiros israelenses em até 72 horas.
Contudo, neste sábado, Trump afirmou que se o movimento palestino de resistência Hamas não começar a devolver os corpos dos reféns falecidos nas próximas 48 horas, os EUA ou outros países tomarão medidas contra o grupo.
O plano também estipula que o Hamas e outras facções armadas palestinas não tenham um papel na administração da Faixa de Gaza, e que o controle do enclave sitiado por Israel seria transferido para um "comitê tecnocrático" supervisionado por um órgão internacional, este liderado pelo próprio Trump.
Em 9 de outubro, Israel e o Hamas chegaram a um acordo sobre a implementação da primeira fase do chamado "plano de paz", voltado para resolver o conflito armado genocida que já durava dois anos na Faixa de Gaza.
Quatro dias depois, em 13 de outubro, Donald Trump, o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, assinaram uma declaração de cessar-fogo em Gaza.
Como parte do acordo, o Hamas libertou os 20 prisioneiros sobreviventes que estavam detidos na Faixa de Gaza desde as operações militares contra Israel de 7 de outubro de 2023. Em troca, Israel libertou 1.718 prisioneiros palestinos de Gaza e 250 prisioneiros palestinos mantidos em prisões israelenses.
As violações israelenses ocorrem apesar de um contexto de maior pressão dos EUA, principal aliado de Israel, sobre o regime. O vice-presidente dos EUA, JD Vance, e o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, pediram ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que assegure que qualquer resposta às 'supostas violações do Hamas' seja 'proporcional', a fim de preservar o acordo de cessar-fogo em Gaza, informou o jornal The Wall Street Journal.
Além disso, o jornal Financial Times reportou na sexta-feira, citando fontes próximas ao assunto, que Trump está aumentando a pressão sobre o governo de Netanyahu para garantir que Israel mantenha o compromisso com o acordo de cessar-fogo previamente firmado.
Uma fonte afirmou ao jornal britânico que Trump deixou claro a Netanyahu que estava insatisfeito com os recentes ataques israelenses à Faixa de Gaza e com a suspensão da ajuda humanitária.
Anteriormente, os militares de Israel disseram que dois soldados morreram em um ataque 'realizado por palestinos' no sul de Gaza, de acordo com a agência Sputnik.


