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Israel viola acordo e retoma ataques a Gaza, que registra quase 90 palestinos mortos desde cessar-fogo

Novos ataques israelenses ocorrem apesar de um contexto de maior pressão de Trump sobre Netanyahu

Visão de drone de bairro residencial na Cidade de Gaza, atacado por Israel, em meio ao genocídio do povo palestino - 19/10/2025 (Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas)

247 - Militares de Israel violaram novamente o cessar-fogo na Faixa de Gaza e informaram, neste sábado (25), que realizaram um ataque na região de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza. As forças sionistas alegam que o ataque "de precisão" teve como alvo um militante do movimento de resistência palestino Jihad Islâmica, que supostamente planejava realizar uma ofensiva "iminente" contra as forças ocupantes. A informação foi divulgada pela agência Sputnik, que citou um comunicado oficial de Israel publicado na plataforma de mensagens Telegram. 

Enquanto isso, facções políticas palestinas concordaram em continuar implementando o cessar-fogo em Gaza, informou a emissora Al Jazeera na sexta-feira (24). 

As novas violações cometidas por Israel do acordo de cessar-fogo, liderado pelos Estados Unidos, seu principal aliado, elevaram o número de mortos no enclave, desde a assinatura do plano do governo de Donald Trump.

Ao menos oitenta e nove pessoas foram mortas e 317 ficaram feridas desde que o cessar-fogo foi declarado em Gaza em 11 de outubro, informou na quinta-feira (23) a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nesse contexto, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a crise em Gaza está longe de terminar e que as necessidades da população continuam enormes.

O plano de paz de 20 pontos proposto pelo presidente dos EUA foi apresentado em 29 de setembro. O documento previa um cessar-fogo imediato, condicionado à libertação dos prisioneiros israelenses em até 72 horas.

Contudo, neste sábado, Trump afirmou que se o movimento palestino de resistência Hamas não começar a devolver os corpos dos reféns falecidos nas próximas 48 horas, os EUA ou outros países tomarão medidas contra o grupo.  

O plano também estipula que o Hamas e outras facções armadas palestinas não tenham um papel na administração da Faixa de Gaza, e que o controle do enclave sitiado por Israel seria transferido para um "comitê tecnocrático" supervisionado por um órgão internacional, este liderado pelo próprio Trump.

Em 9 de outubro, Israel e o Hamas chegaram a um acordo sobre a implementação da primeira fase do chamado "plano de paz", voltado para resolver o conflito armado genocida que já durava dois anos na Faixa de Gaza.

Quatro dias depois, em 13 de outubro, Donald Trump, o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, assinaram uma declaração de cessar-fogo em Gaza.

Como parte do acordo, o Hamas libertou os 20 prisioneiros sobreviventes que estavam detidos na Faixa de Gaza desde as operações militares contra Israel de 7 de outubro de 2023. Em troca, Israel libertou 1.718 prisioneiros palestinos de Gaza e 250 prisioneiros palestinos mantidos em prisões israelenses.

As violações israelenses ocorrem apesar de um contexto de maior pressão dos EUA, principal aliado de Israel, sobre o regime. O vice-presidente dos EUA, JD Vance, e o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, pediram ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que assegure que qualquer resposta às 'supostas violações do Hamas' seja 'proporcional', a fim de preservar o acordo de cessar-fogo em Gaza, informou o jornal The Wall Street Journal.

Além disso, o jornal Financial Times reportou na sexta-feira, citando fontes próximas ao assunto, que Trump está aumentando a pressão sobre o governo de Netanyahu para garantir que Israel mantenha o compromisso com o acordo de cessar-fogo previamente firmado. 

Uma fonte afirmou ao jornal britânico que Trump deixou claro a Netanyahu que estava insatisfeito com os recentes ataques israelenses à Faixa de Gaza e com a suspensão da ajuda humanitária. 

Anteriormente, os militares de Israel disseram que dois soldados morreram em um ataque 'realizado por palestinos' no sul de Gaza, de acordo com a agência Sputnik. 

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