Israel sofre pressão de aliados após ataques a centros humanitários na Faixa de Gaza
O número de mortos em decorrência de ataques israelenses contra centros de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza chegou a quase 1.000
247 - A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, declarou nesta terça-feira (22) que voltou a conversar por telefone com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, e pediu ao governo israelense que interrompa os ataques contra civis em Gaza e permita o fluxo contínuo de ajuda humanitária.
Ela reiterou que “todas as opções estão sobre a mesa” caso Israel descumpra seus compromissos, de acordo com a agência Sputnik. A diplomata ainda qualificou como "indefensável" a morte de civis que buscam auxílio humanitário em Gaza.
Mais tarde, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também se manifestou, pedindo o respeito ao direito internacional e humanitário, além da liberação imediata da ajuda à população palestina.
Elas se somam a uma série de autoridades que condenaram o método de entrega de ajuda em Gaza. Na segunda-feira (21), o governo do Canadá, juntamente com 21 nações europeias, Japão, Austrália e Nova Zelândia, condena o “perigoso” mecanismo.
O número de mortos em decorrência de ataques israelenses contra centros de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza chegou a quase 1.000 desde 27 de maio, segundo dados do escritório de imprensa do governo local.
As autoridades locais em Gaza passaram a chamar os centros de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglies) de “armadilhas mortais”, após diversos episódios de bombardeios contra civis que esperavam em filas para receber alimentos e suprimentos.
Mais cedo, o Ministério da Saúde de Gaza alertou para um aumento drástico no número de mortes causadas pela desnutrição e pela falta de acesso a cuidados médicos. Segundo a pasta, 60 mil bebês sofrem de desnutrição, 600 mil crianças com menos de 10 anos estão em risco por falta de comida e 60 mil mulheres grávidas não estão recebendo alimentação adequada.
Em junho, o jornal israelense Haaretz divulgou, com base em relatos anônimos de soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI) atuando em Gaza, que oficiais israelenses teriam dado ordens para atirar deliberadamente contra palestinos desarmados próximos aos locais de distribuição de ajuda humanitária. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Israel Katz, negaram as acusações.
Israel também se recusa a cooperar com a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA). Em outubro de 2024, o parlamento israelense aprovou leis que proíbem as atividades da UNRWA em Israel e nos territórios que controla, após acusar membros da agência de envolvimento nos ataques do Hamas em outubro de 2023. A ONU afirma que Israel não apresentou qualquer evidência que comprove essas alegações. A legislação entrou em vigor em 30 de janeiro deste ano.
Paralelamente, Israel e a Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos Estados Unidos, abriram pontos de distribuição de ajuda concentrados no sul do enclave. Em 20 de maio, o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, acusou Israel de usar a ajuda humanitária como instrumento para deslocar à força a população palestina. (Com informações da Sputnik).
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