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EUA recebem primeiros sul-africanos brancos como "refugiados"; África do Sul nega perseguição racial

Grupo de 49 africâneres chega a Washington em meio a críticas sobre prioridade e veracidade das denúncias de discriminação

Manifestantes seguram cartazes em apoio à posição do presidente dos EUA, Donald Trump, contra o que ele chama de leis racistas, expropriação de terras e ataques a fazendas, em frente à Embaixada Americana em Pretória, África do Sul, em 15 de fevereiro de 2025. (Foto: REUTERS/Siphiwe Sibeko)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - Na manhã desta segunda-feira (12), desembarcou no Aeroporto Internacional de Dulles, nos arredores de Washington, o primeiro grupo de 49 africâneres — sul-africanos brancos descendentes de colonizadores europeus — admitidos como refugiados nos Estados Unidos. 

A iniciativa é resultado de uma ordem executiva assinada em fevereiro pelo presidente Donald Trump, que alegou que essa minoria enfrenta perseguição racial e violência na África do Sul. 

A chegada dos africâneres ocorre em um momento em que o governo Trump mantém suspenso o programa de reassentamento de refugiados para a maioria das outras nacionalidades, incluindo afegãos e cidadãos de países africanos afetados por conflitos. 

A decisão de priorizar os sul-africanos brancos gerou críticas de grupos de direitos humanos e especialistas em imigração, que questionam a veracidade das alegações de perseguição e a motivação política por trás da medida.

O governo sul-africano rejeitou as acusações de perseguição racial, afirmando que os africâneres continuam a ser uma das comunidades mais privilegiadas do país. O presidente Cyril Ramaphosa classificou as alegações de genocídio como "completamente falsas" e destacou que as reformas agrárias visam corrigir desigualdades históricas sem visar grupos étnicos específicos. 

A ordem executiva de Trump também suspendeu a ajuda financeira à África do Sul, citando políticas de ação afirmativa e a nova lei de expropriação de terras como discriminatórias contra os brancos. Além disso, o presidente criticou a postura do país africano em relação a aliados dos EUA, como Israel, aumentando as tensões diplomáticas entre as duas nações. 

Os africâneres que chegaram aos EUA foram recebidos por autoridades federais e serão reassentados em estados como Minnesota, Idaho e Nevada. Eles receberão apoio do Escritório de Reassentamento de Refugiados, incluindo assistência com moradia, alimentação e integração cultural. 

A medida também provocou divisões internas nos EUA. A Igreja Episcopal, tradicional parceira em programas de reassentamento, recusou-se a participar da iniciativa, alegando preocupações com justiça racial e equidade. Senadores democratas, como Jeanne Shaheen, expressaram preocupação com a priorização de um grupo que não enfrenta conflitos armados ou desastres humanitários em detrimento de outros refugiados em situações mais urgentes. 

Apesar das controvérsias, a Casa Branca planeja expandir o programa de reassentamento para incluir mais africâneres nos próximos meses. O conselheiro da Casa Branca, Stephen Miller, afirmou que a situação dos africâneres "se encaixa na definição clássica de perseguição baseada em características protegidas, neste caso, a raça".

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