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      Desarmar o Hezbollah é entregar o Líbano a Israel, alerta analista

      Especialista afirma que plano dos EUA visa enfraquecer a resistência e pavimentar caminho para ofensiva israelense

      Bandeiras do Hezbollah e de Israel (Foto: Dado Ruvic / Reuters)
      José Reinaldo avatar
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      247 - Em entrevista concedida à emissora HispanTV nesta terça-feira (5), o analista político Iván Carrazco advertiu que os planos de desarmar o Hezbollah, movimento de resistência libanês, são parte de uma estratégia para deixar o Líbano vulnerável frente às investidas militares de Israel.

      Segundo Carrazco, desmantelar o braço armado do Hezbollah significaria eliminar o principal fator de dissuasão frente à contínua agressividade israelense. “De fato, o plano por trás dessa intenção de desarmar o Hezbollah é preparar o caminho, pavimentar o caminho para deixar o Líbano sem qualquer impedimento e, em vez disso, se tornar um alvo fácil para o regime israelense”, afirmou o analista.

      Carrazco contextualizou sua análise observando que essa estratégia se insere na política de longo prazo de Washington e Tel Aviv, que têm como objetivo consolidar o monopólio do poder regional. “Esse plano foi aplicado a todos os países da região, porque a máxima da política externa dos Estados Unidos e da política interna do regime israelense é ser o único monopólio do poder regional e começar a eliminar todos os inimigos potenciais ou temidos”, explicou.

      O especialista também ressaltou a fragilidade estrutural das Forças Armadas libanesas, cuja atuação se limita à segurança interna. “O exército libanês se reduz a um papel minúsculo de proteção interna do país e nunca de defesa da soberania territorial”, destacou. Nesse contexto, o desarmamento do Hezbollah equivaleria a desmontar o único aparato militar capaz de responder a uma invasão externa. “Se esta milícia, que protegeu e continua protegendo o sul do Líbano e, de fato, todas as fronteiras do Líbano, for desarmada, estaremos entregando o território libanês ao regime israelense em uma bandeja de prata”, advertiu Carrazco.

      Enquanto isso, o próprio Hezbollah reafirmou sua determinação em manter as armas enquanto persistirem as agressões de Israel. Também nesta terça-feira, o vice-secretário-geral da organização, Sheikh Naim Qasem, declarou publicamente: “Não precisamos da permissão de ninguém para defender o Líbano contra Israel.”

      Qasem reiterou que o armamento da resistência não é negociável enquanto persistirem as ameaças israelenses. Segundo ele, desarmar o Hezbollah nessas condições seria uma capitulação frente a um inimigo que ocupa ilegalmente territórios árabes e ataca civis de forma sistemática.

      O movimento de resistência libanês, criado nos anos 1980 em resposta à invasão israelense do sul do país, é hoje uma das principais forças políticas e militares do Líbano. Seu braço armado tem sido decisivo para impedir novas ocupações por parte de Israel, especialmente na região da fronteira sul, cenário de constantes tensões e escaramuças.

      As declarações de Iván Carrazco e Sheikh Qasem ocorrem em um momento de crescente pressão internacional, especialmente por parte dos Estados Unidos e de aliados europeus, para que o Hezbollah entregue suas armas e se submeta integralmente ao controle do governo central de Beirute.

      Essa exigência ignora a realidade do equilíbrio militar na região e pode, na prática, representar um convite aberto à agressão. A presença armada do Hezbollah, segundo ele, constitui um fator de estabilidade e proteção diante de um Estado israelense que historicamente não hesita em usar a força para impor seus objetivos estratégicos.

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