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Denunciado por genocídio em Gaza, Israel acusa o Papa Francisco de ter 'dois pesos e duas medidas'

O pontífice chamou de "crueldade" o bombardeio israelense que matou sete crianças

Israel bombardeia Gaza (Foto: Prensa Latina )
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247 - O Ministério das Relações Exteriores de Israel acusou o Papa Francisco de ter "dois pesos e duas medidas" em relação à Faixa de Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde local, mais de 45 mil palestinos morreram e mais de 107,5 mil ficaram feridos devido aos bombardeios das forças israelenses desde outubro do ano passado. O pontífice condenou e classificou como "crueldade" o bombardeio israelense no enclave, que matou sete crianças de uma mesma família na sexta-feira (20) em uma região ao Norte do território palestino. 

De acordo com a pasta das Relações Exteriores israelense, "as observações do papa são particularmente decepcionantes, pois estão desconectadas do contexto verdadeiro e factual da luta de Israel contra o terrorismo jihadista — uma guerra em várias frentes que foi forçada a partir de 7 de outubro.” “Chega de dois pesos e duas medidas e de criticar unicamente o Estado judeu e seu povo", afirmou.

Na sexta-feira (20), um ataque aéreo israelense atingiu a região de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, matando dez pessoas de uma mesma família, entre elas sete crianças. "Ontem, crianças foram bombardeadas. Isso é crueldade, isso não é guerra", declarou o pontífice durante uma audiência com membros da Cúria, o governo da Santa Sé.

Em 7 de outubro, Israel foi alvo de um ataque sem precedentes do grupo palestino Hamas, que se infiltrou na zona fronteiriça e abriu fogo contra civis, deixando 1.200 mortos e fazendo pelo menos 200 reféns. Em resposta, as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram uma ofensiva contra o grupo palestino e implementaram um bloqueio à entrada de ajuda humanitária e itens de primeira necessidade na Faixa de Gaza.

Em 2024, autoridades jurídicas da África do Sul denunciaram Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ) pelo crime de genocídio. No entanto, a entidade sediada na Holanda apenas recomendou a paralisação do massacre.

As forças de Israel continuaram os bombardeios. Políticos de vários países do mundo e ativistas internacionais pressionaram o Tribunal Penal Internacional (TPI) a emitir um mandado de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

O político israelense conta com o apoio dos EUA e de países europeus. Senadores da extrema-direita norte-americana ofereceram resistência a um possível mandado de prisão do TPI contra Netanyahu - a CIJ julga Estados, e o TPI faz o julgamento de pessoas. 

Enquanto órgãos internacionais não demonstram uma posição mais firme para solucionar diferentes conflitos, o governo de Israel expandiu suas ofensivas além de Gaza. Países como Líbano, Irã, Síria e Cisjordânia também estão envolvidos nesta guerra sem fim. 

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Palestinos no local de um ataque israelense a um apartamento na Faixa de Gaza. Foto: Khamis Said / Reuters

 

Papa Francisco
Papa Francisco. Foto: Vatican Media/via Reuters

* Com Sputnik

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