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Coreia do Sul não pode pagar US$350 bilhões aos EUA por acordo tarifário, diz autoridade

Aporte poderia mergulhar a quarta maior economia da Ásia em uma crise financeira

Bandeira da Coreia do Sul (Foto: Reuters/Carlos Barria)

SEUL (Reuters) - A Coreia do Sul não pode pagar US$350 bilhões adiantados em investimentos nos Estados Unidos, como o presidente norte-americano Donald Trump sugeriu em um acordo para cortar tarifas, e está buscando uma solução alternativa, disse o conselheiro presidencial de Seul neste sábado.

Desde o acordo firmado em julho para reduzir as tarifas dos EUA de 25% para 15%, a Coreia do Sul afirma que os US$350 bilhões em investimentos seriam feitos na forma de empréstimos e garantias de empréstimos, bem como capital próprio.

Em comentários feitos nesta semana, Trump disse que a Coreia do Sul forneceria o investimento "antecipadamente", apesar da alegação de Seul de que esse tipo de aporte poderia mergulhar a quarta maior economia da Ásia em uma crise financeira.

"A posição da qual estamos falando não é uma tática de negociação, mas sim, objetiva e realisticamente, não é um nível que somos capazes de lidar", disse o conselheiro de Segurança Nacional da Coreia do Sul, Wi Sung-lac, no canal de televisão Channel A News.

"Não podemos pagar US$350 bilhões em dinheiro", afirmou.

A Coreia do Sul, que prometeu US$350 bilhões para projetos dos EUA em julho, recusou-se a atender às exigências norte-americanas de controle dos fundos. Autoridades sul-coreanas dizem que as negociações para formalizar seu acordo comercial estão em um impasse.

Na quinta-feira, Trump alardeou a quantia de dinheiro que suas tarifas abrangentes estão trazendo para os Estados Unidos, dizendo: "Temos no Japão US$550 bilhões, na Coreia do Sul US$350 bilhões. Isso é adiantado."

Na semana passada, o presidente sul-coreano Lee Jae Myung disse à Reuters que, sem salvaguardas como um swap cambial, a economia da Coreia do Sul, com reservas cambiais de US$410 bilhões, mergulharia em uma crise se fosse obrigada a fazer um desembolso enorme.

Wi, principal conselheiro de segurança de Lee, disse que ninguém questionaria a posição da Coreia do Sul sobre a viabilidade do valor se ele fosse exigido como um pagamento em dinheiro adiantado.

"Estamos discutindo alternativas", afirmou, acrescentando que Seul mira em uma cúpula do grupo de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, sediada pela Coreia do Sul no mês que vem e que deve contar com a participação de Trump, para finalizar o acordo comercial com Washington.

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