China e Rússia fortalecem aliança estratégica durante visita de Xi Jinping
Os dois gigantes destacam papel histórico conjunto contra o fascismo e defendem o mundo multipolar
247 - Em uma demonstração clara de um relacionamento cada vez mais forte, China e Rússia reforçam nesta terça-feira (7) sua parceria estratégica, durante visita oficial do presidente chinês Xi Jinping a Moscou. A viagem, que se estenderá até o dia 10 de maio, tem como pano de fundo a celebração dos 80 anos da vitória da União Soviética na Grande Guerra Patriótica (1941-1945).
As informações são da Prensa Latina, que acompanha de perto os desdobramentos da visita de alto nível. Segundo o Ministério das Relações Exteriores da China, além das homenagens históricas, Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin discutem formas de aprofundar o desenvolvimento das relações bilaterais em um novo cenário global marcado por tensões, sanções econômicas e reconfiguração das alianças internacionais.
“Ambos os países fizeram grandes sacrifícios e contribuíram decisivamente para a vitória global contra o fascismo”, destacou o comunicado do Ministério chinês, ao sublinhar o papel histórico desempenhado pelas duas nações nos teatros de guerra da Ásia e da Europa.
De acordo com a diplomacia chinesa, o encontro entre os dois líderes busca "aumentar a confiança mútua, enriquecer a cooperação estratégica e fortalecer a coordenação entre vários setores para o benefício de ambos os povos". A visita também reforça uma visão comum sobre os desafios contemporâneos enfrentados pelas potências emergentes no atual sistema internacional.
O ano de 2025 marca não apenas o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, mas também o da fundação da Organização das Nações Unidas. Neste contexto, Pequim e Moscou reafirmaram seu compromisso com a defesa da ordem multilateral centrada na ONU, da qual são membros fundadores e permanentes do Conselho de Segurança.
“China e Rússia têm a responsabilidade especial de defender o sistema multilateral centrado na ONU”, acrescentou o Ministério chinês, sugerindo que ambas as potências atuarão de forma coordenada contra o avanço do unilateralismo e das pressões hegemônicas promovidas por algumas potências ocidentais.
Em termos práticos, o reforço da aliança sino-russa se manifesta também na intensificação da cooperação em organismos internacionais como a Organização de Cooperação de Xangai (OCX) e o BRICS, bloco que reúne as principais economias emergentes do planeta. Segundo o governo chinês, o objetivo compartilhado é claro: promover “um mundo multipolar, justo e equitativo” e consolidar uma globalização que seja "econômica, inclusiva e sustentável".
A visita de Xi ocorre em um momento em que a Rússia continua enfrentando sanções econômicas do Ocidente devido à guerra na Ucrânia, enquanto a China se encontra sob crescente pressão dos Estados Unidos em diversas frentes — do comércio à tecnologia e à segurança no Indo-Pacífico. Nesse cenário, a parceria entre Pequim e Moscou assume contornos ainda mais estratégicos.
Embora o comunicado chinês não tenha detalhado acordos específicos que serão firmados durante a visita, ambos os lados sinalizam uma intensificação da aliança em áreas-chave como energia, defesa, infraestrutura e ciência e tecnologia, além de uma maior concertação política em temas sensíveis da agenda internacional, como a reforma das instituições multilaterais e a redistribuição do poder global.
A simbologia da visita também é eloquente: ao escolher Moscou para celebrar os 80 anos da vitória contra o fascismo, Xi Jinping não apenas presta homenagem ao legado soviético, como também associa a China à luta histórica pela libertação e à construção de uma nova ordem mundial baseada na soberania dos povos, no respeito mútuo e na não intervenção.
O mundo observa com atenção os gestos vindos de Moscou. Para analistas internacionais, a visita de Xi reafirma a aposta sino-russa em um novo paradigma internacional, alternativo à hegemonia ocidental, com potencial de reconfigurar a arquitetura política e econômica do século 21.
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